A Simpar (SIMH3) reportou prejuízo líquido ajustado de R$ 36,1 milhões no segundo trimestre de 2025. Este resultado reverte o lucro do mesmo período de 2024. Em contrapartida, o Ebitda alcançou R$ 3,0 bilhões, com alta de 12,5% na comparação anual, marcando um novo recorde operacional do grupo.
Segundo a companhia, a Selic média mais alta no trimestre pressionou o resultado. A taxa subiu de 10,58% no 2T24 para 14,67% no 2T25. Além disso, o maior endividamento líquido médio na base anual contribuiu para a situação. Esses fatores elevaram a despesa financeira e, como resultado, explicam a virada para prejuízo ajustado.
A receita líquida de serviços cresceu 6,8% no trimestre. A Movida puxou este crescimento com alta de 18%. Juntamente com isso, a JSL subiu 10%, bem como a Vamos, que expandiu 5% na mesma base de comparação.
A gestão destacou custos de serviços estáveis. Acima de tudo, o crescimento de receita superou as despesas. Em virtude disso, houve melhora do indicador Ebitda sobre capex líquido anualizado, que passou para 2,2 vezes no primeiro semestre. Esse movimento, por sua vez, favorece a geração de caixa operacional.
Ao final do trimestre, a holding registrou posição de caixa de R$ 3,6 bilhões. Por outro lado, a dívida líquida na controladora ficou em R$ 3,0 bilhões, apresentando redução de 9,8% na comparação anual. Vale destacar que o cronograma de amortizações está concentrado a partir de 2031.
É momento de comprar Simpar agora ou é melhor esperar?
Para quem tem perfil conservador, a resposta clara é aguardar. O trimestre apresentou Ebitda forte, no entanto, o prejuízo expôs o elevado custo de capital e a alavancagem persistente. Enquanto a Selic média do 2T25 se mantiver acima do patamar do ano anterior, sem dúvida, a despesa financeira continuará sob pressão.
Em contrapartida, o investidor moderado pode construir posição gradualmente. A tese depende da execução eficiente nas controladas e, acima de tudo, da geração de caixa. A JSL demonstrou avanço em margem e registrou lucro ajustado no 2T25, o que certamente beneficia o resultado consolidado, porém precisa manter esta performance nos próximos períodos.
Já para quem busca oportunidade tática, os gatilhos se mostram evidentes. Acompanhe a redução na despesa financeira, bem como a melhora do indicador dívida líquida sobre Ebitda e, além disso, a manutenção do capex seletivo. À medida que esses vetores evoluem, a assimetria se torna mais favorável. Por outro lado, caso não avancem, a estratégia mais prudente será aguardar o próximo resultado a fim de confirmar a tendência de desalavancagem e estabilidade nas margens.