
O Santander Brasil (SANB11) alcançou lucro gerencial de R$ 3,659 bilhões no segundo trimestre de 2025. A cifra representa alta de 9,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, o valor ficou abaixo da estimativa média de mercado (R$ 3,73 bilhões) e caiu 5,2% em comparação ao 1T25.
A margem financeira bruta chegou a R$ 15,4 bilhões no trimestre, com crescimento de 4,4% na comparação anual. Apesar disso, houve retração de 3,3% frente ao trimestre anterior. Além disso, a carteira de crédito ampliada avançou apenas 1,5% em 12 meses, totalizando R$ 675,5 bilhões, com recuo de 1% no trimestre precedente.
O retorno sobre patrimônio líquido anualizado (ROAE) atingiu 16,4%, o que representa crescimento de 0,8 ponto percentual na comparação anual. Ainda assim, o índice recuou em relação aos 17,4% do trimestre anterior. Em contrapartida, as provisões para crédito aumentaram 16,4% em 12 meses, somando R$ 6,86 bilhões, o que reflete precaução diante do ambiente macroeconômico doméstico e global.
Apesar dos resultados ainda sólidos, analistas apontam que a performance ficou abaixo das previsões. Esse fato reforça uma avaliação cautelosa do mercado para o crédito e a rentabilidade em ambiente de juros elevados no Brasil.
Perspectivas futuras
A desaceleração do lucro trimestral demonstra que o banco enfrenta custos mais elevados com provisões e necessita manter disciplina na alocação de capital. Por um lado, a receita com juros cresce no acumulado anual. Por outro lado, ela reflete fragilidade frente à dinâmica de queda da carteira de crédito.
Para investidores, o cenário indica menor atratividade relativa em comparação a outros bancos, principalmente diante da ausência de surpresas positivas no balanço. Em virtude de tais resultados, a evolução do ROAE e a gestão das despesas determinarão a retomada de impulso.
Por fim, o desempenho do Santander Brasil evidencia os desafios de operar em uma macroeconomia brasileira incerta — com taxas de juros elevadas e fluxo de capital volátil. Sem dúvida, a performance nos próximos trimestres dependerá não apenas da evolução da inadimplência, mas também da capacidade de gerar receita recorrente com menor peso em provisões.