Ações

Prio (PRIO3): produção de 100,8 mil boepd em julho revela desafios operacionais

Queda de 7,86% na produção mensal evidencia paralisações técnicas em três campos; no entanto, vendas de óleo sobem

Prio (PRIO3)
Plataforma de petróleo da Prio opera com produção reduzida em julho, refletindo os desafios técnicos enfrentados pela empresa brasileira | Crédito: Reprodução

A Prio (PRIO3) registrou média diária de 100.794 barris de óleo equivalente por dia (boepd) em julho. Isso representa uma queda de 7,86% em comparação aos 109.398 boepd do mês anterior.

No cluster Polvo + Tubarão Martelo, a produção atingiu 14.130 boepd, um avanço de 25,56%. Ainda assim, permanece afetada por falha na bomba centrífuga submersa que interrompeu o poço TBMT‑6H. A manutenção está agendada para agosto.

Em Albacora Leste, a produção alcançou 29.049 boepd, alta de 9,39%, recuperando-se após parada programada. Por outro lado, Peregrino produziu apenas 25.779 boepd, uma queda expressiva de 33,5% devido à parada programada. Já o campo de Frade entregou 31.837 boepd, recuo de 2,9%, após uma falha no compressor de gás que foi prontamente resolvida.

Apesar da produção reduzida, as vendas de óleo cresceram 11,9%. A companhia comercializou 3.063.886 barris, contra 2.737.600 em junho — resultado de melhor logística e escoamento eficiente dos estoques acumulados.

Em outras palavras, a produção caiu quase 8% no mês, mas a empresa vendeu mais petróleo. Sem dúvida, a operação fragilizada aumenta o risco das ações no curto prazo. No entanto, o case de longo prazo — com base sólida de demanda e possíveis recuperações teóricas — enxerga o recuo como temporário e compatível com os desafios do setor.

E como isso afeta a sua carteira?

A retração de quase 8% na produção, mesmo com melhora nas vendas, indica que problemas operacionais ainda impactam significativamente o curto prazo da Prio. Com toda a certeza, a dependência de poucos ativos e a exposição a falhas técnicas elevam a volatilidade operacional do papel. Isso exige atenção dos investidores para a integração e retomada dos campos afetados, especialmente Tubarão Martelo e Peregrino. Além disso, a melhora nas vendas de óleo, embora sinalize eficiência logística, não resolve os gargalos produtivos.

Apesar do resultado negativo em julho, há expectativa de recuperação gradual, principalmente se o Ibama finalizar as autorizações de workover nos campos afetados. Análises de mercado sugerem retomada de rentabilidade caso a produção se estabilize acima dos patamares atuais. As projeções favoráveis, por sua vez, sinalizam potencial de valorização.

Para investidores, o cenário recomenda cautela. Por um lado, a PRIO3 mantém um valuation atraente no longo prazo, com potencial para dobrar sua produção até 2026, conforme destacado pelo CEO da companhia. Por outro lado, o investimento requer paciência até a normalização completa dos ativos-chave e estabilização da produção acima de 110 mil boepd, segundo apontam os analistas de mercado.