A Prio (PRIO3) registrou lucro líquido de US$ 153,8 milhões no segundo trimestre de 2025. Este valor representa uma queda de 44% em relação ao mesmo período de 2024. Além disso, ficou abaixo das estimativas de mercado de US$ 122,5 milhões. A receita líquida caiu cerca de 30%, atingindo US$ 508 milhões. Sem dúvida, os menores volumes vendidos e o preço médio do Brent mais baixo impactaram este resultado.
O EBITDA ajustado recuou 49%, chegando a US$ 276 milhões. Em consequência, a margem encolheu para 59%, contra patamar superior no ano anterior. Um dos principais fatores foi a disparada do lifting cost. Este indicador subiu 82%, para US$ 13,8 por barril. Tal aumento reflete a incorporação do campo Peregrino (agora operado 100% pela empresa) e a redução de produção em Frade no trimestre.
A produção média consolidada alcançou 100,1 mil barris de óleo equivalente por dia (boed). Isso representa uma alta de 11,4% em relação ao 2T24. No entanto, ainda está longe do potencial da capacidade instalada nos campos da Bacia de Campos. A dívida líquida aumentou para cerca de US$ 2,77 bilhões. Como resultado, a alavancagem subiu para 1,8 vez o EBITDA ajustado (ante 1,3× no 1T25). Este ponto exige atenção dos investidores à dinâmica de financiamento.
Apesar do quadro operacional mais desafiador, a empresa reiterou sua estratégia. Em primeiro lugar, busca integrar Peregrino. Além disso, visa otimizar sinergias com campos como Frade e TBMT. A companhia aposta na estabilidade futura do lifting cost. Por fim, a administração espera reduzir este indicador para patamares entre US$ 7 e US$ 8 por barril. Isto ocorrerá à medida que os workovers e projetos de Wahoo sejam ativados.
Perspectivas futuras para PRIO3
A retração nos indicadores do 2T25 deixa claro uma situação crítica. De fato, o modelo de crescimento da Prio sofre com restrições operacionais e custos elevados de extração. A incorporação de Peregrino ampliou reservas. Em contrapartida, também elevou o custo médio por barril. Isso reduziu a rentabilidade, difícil de ajustar rapidamente em ambiente de preço Brent moderado.
Se a companhia conseguir acelerar a produção de campos subsidiários, os resultados podem melhorar. Por exemplo, campos como Tubarão Martelo e Polvo oferecem oportunidades. Além disso, a conclusão de workovers em Frade e Albacora Leste pode ajudar. A recuperação do lifting cost pode redesenhar a curva de lucro nos próximos trimestres. Acima de tudo, o backlog robusto e a diversificação geográfica são alicerces importantes.
Contudo, a alavancagem financeira pressionada exige vigilância constante. A relação dívida líquida sobre EBITDA ajustado em 1,8× limita a flexibilidade para novas aquisições. Além disso, demanda disciplina na geração de caixa. Em suma, PRIO3 continua sendo um case com potencial. No entanto, requer monitoramento operacional e precisão no ritmo de execução para reconquistar margens anteriores.