A Petrobras (PETR4) aprovou R$ 8,66 bilhões em dividendos e JCP referentes ao 2º trimestre de 2025. Este montante ficou abaixo das expectativas do mercado. A princípio, os investidores reagiram negativamente à distribuição mais parcimoniosa, mesmo com a volta ao lucro. As ações caíram mais de 5% logo após o anúncio e a call, refletindo a percepção de que a estatal não pagará dividendos extraordinários este ano.
De acordo com a companhia, o pagamento equivale a R$ 0,67192409 por ação ordinária e preferencial como antecipação da remuneração do exercício de 2025. Em outras palavras, a petroleira manteve apenas os proventos regulares, sem acenos adicionais neste trimestre.
Na teleconferência, o CFO Fernando Melgarejo destacou a baixa probabilidade de extraordinários em 2025. Isto se deve à queda do preço do Brent, que reduziu receitas, bem como à prioridade de preservar investimentos. Como resultado, o mercado ajustou suas expectativas de payout para os próximos meses.
O balanço do 2T25 registrou lucro líquido de R$ 26,7 bilhões e Ebitda ajustado de R$ 52,3 bilhões. A empresa apresentou avanço operacional e novos sistemas de produção, ainda que o Brent médio tenha recuado. Mesmo assim, a combinação de capex elevado e petróleo mais barato justifica a postura conservadora na distribuição.
Por fim, as casas de análise apontaram que o fluxo de caixa livre ficou aquém do necessário para um dividendo mais generoso. Este fator intensificou a reação negativa das ações ao longo do dia. Em síntese, a decepção com o payout superou a leitura positiva do resultado operacional.
Futuro da Petrobras (PETR4)
Em primeiro lugar, sem extraordinários no radar, o foco recai sobre recorrência e geração de caixa diante do Brent mais baixo nos próximos quarters.
Em segundo lugar, a gestão mantém a meta anual de investimentos (cerca de US$ 18,5 bi). No entanto, pode revisar projetos futuros se o petróleo permanecer fraco, a fim de equilibrar retorno e alavancagem.
Por fim, as ações continuam sensíveis a notícias sobre política de dividendos e produção. Ainda assim, a estatal projeta atingir o topo do guidance de produção em 2025, o que pode mitigar parte do aperto nos proventos, desde que o Brent colabore.