Balanço

Oi (OIBR3) adia divulgação do 2T25 para 28 de agosto a fim de incorporar ajustes do plano de recuperação

Em fato relevante, companhia antecipa números preliminares: receita de ~R$ 684/685 mi e Ebitda de rotina negativo; elaboração do ITR e revisão do auditor foram impactadas

Oi (OIBR3)
Telecom enfrenta desafios no processo de recuperação judicial e busca estabilização operacional, enquanto credores aguardam novas condições propostas | Crédito: Divulgação

A Oi (OIBR3) adiou a divulgação do balanço do 2º trimestre de 2025 do dia 14 para 28 de agosto. Segundo a empresa, a mudança decorre dos efeitos do pedido de aditamento ao plano de recuperação judicial. Esses efeitos influenciaram diretamente a preparação do ITR e a revisão do auditor independente.

A fim de reduzir incertezas, a tele adiantou números preliminares (não auditados). A receita líquida ficou em torno de R$ 684/685 milhões no 2T25. Já o Ebitda de rotina apresentou resultado negativo de R$ 98 milhões. Além disso, a companhia reforçou que os dados podem mudar após a conclusão das análises de auditoria.

No recorte da “Nova Oi”, a receita preliminar superou em 8% a do 1T25. Isso representa, sem dúvida, um sinal de estabilização operacional no trimestre, apesar do Ebitda ainda no campo negativo. Por outro lado, a antecipação foi apresentada com o propósito de “garantir a estabilidade das expectativas do mercado” até a nova data de divulgação.

É importante destacar que o aditamento do plano foi protocolado em julho. A empresa busca mais fôlego de caixa diante de pressões financeiras e do descumprimento de premissas assumidas no ciclo anterior. Nesse sentido, a proposta está sob análise da Justiça do Rio de Janeiro e envolve ajustes nas condições para algumas classes de credores.

O adiamento deve preocupar o investidor?

Em parte, sim, é um sinal de atenção, não de pânico. O adiamento posterga a leitura completa do trimestre. Como resultado, adiciona incerteza de curto prazo. Em contrapartida, a Oi antecipou números preliminares e justificou a mudança pelo aditamento do plano de recuperação. Tal medida ajuda a ancorar expectativas até 28/08.

Acima de tudo, o foco do risco está no processo de RJ. A aprovação (ou não) do aditamento pode alterar premissas de liquidez, cronograma de pagamentos e condições com credores. Assim sendo, até que o texto avance na Justiça e a auditoria conclua o ITR, é razoável esperar volatilidade nos ativos.

O que acompanhar até 28/08: em primeiro lugar, a divulgação completa do 2T25 e eventuais efeitos contábeis. Em segundo lugar, a trajetória do Ebitda de rotina e fluxo de caixa. Em terceiro lugar, o andamento judicial do aditamento. Por fim, sinais de execução e de caixa mais previsível tendem a reduzir o ruído. Já atrasos ou mudanças desfavoráveis mantêm o case mais frágil.