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Moody's reafirma ratings da Nu Holdings e do Nubank (ROXO34); reafirma depósito Ba1 e risco de contraparte Baa3/P‑3

Classificadora mantém perspectiva estável e destaca base digital de 118,6 mi de clientes, capital robusto e lucro crescente — em virtude de desafios no custo de crédito e exposição ao varejo inferior

Nubank (ROXO34)
Rating da Moody's reforça solidez do Nubank com presença de 118 milhões de clientes e capital robusto em meio a desafios no custo de crédito | Crédito: Divulgação

A agência Moody’s reafirmou os principais ratings creditícios associados à Nu Holdings Limited (ROXO34) e à instituição financeira no Brasil. Sem dúvida, o rating de depósitos de longo prazo permanece em Ba1 (em moeda local e estrangeira). Além disso, o risco de contraparte (counterparty risk) segue em Baa3 (P-3 curto prazo). Ao mesmo tempo, o BCA (Credit Base Assessment) continua em ba1, com perspectiva estável. A decisão reflete a consolidação do modelo de negócio, apesar do ambiente macro e de crédito desafiador.

Na nota técnica, a Moody’s enfatiza que o Nubank administra uma base de 118,6 milhões de clientes em março de 2025. Em outras palavras, a fintech conta com infraestrutura digital escalável, capital robusto e resultados em crescimento. Ainda assim, enfrenta pressões no custo de crédito e nas operações, especialmente para clientes de menor renda.

Por outro lado, a agência observa que a alta inadimplência cíclica impacta a lucratividade. Essa situação resulta da exposição ao crédito consignado e pessoal de varejo de baixa renda. Apesar disso, o Nubank mantém “reservas adequadas para perdas“. Juntamente com a forte captação de depósitos, essas reservas funcionam como amortecedor primário.

O rating da controladora Nu Holdings (em Cayman) permanece em Ba2, um nível abaixo da nota da entidade brasileira. Em resumo, isso reflete a subordinação estrutural dos passivos no grupo, prática comum em holdings listadas no exterior.

As ações da Nubank (ROXO34) reagiram positivamente após a divulgação, com leve alta nos primeiros minutos de pregão. Em princípio, investidores interpretam a confirmação da Moody’s como sinal de maturação da empresa. Isso atrai especialmente tesourarias estrangeiras que buscam exposição a fintechs com perfil ESG e robustez institucional.

Simplificando… o que isso significa?

Para o investidor, a classificação Ba1 para depósitos posiciona o Nubank como um emissor “top of the junk” (ou “investment-adjacent“), indicando risco moderado. No entanto, ainda está abaixo do grau de investimento (Baa3). A princípio, a perspectiva estável reduz a probabilidade de rebaixamento em curto prazo.

A presença de 118 milhões de clientes ativos e a infraestrutura digital de baixo custo sustentam o modelo de crescimento da empresa. Por mais que opere com custos elevados de crédito devido aos clientes de menor renda, a fintech compensa os bloqueios por inadimplência com margens recorrentes. Como resultado, a Nubank se torna um caso raro de fintech rentável com escala global.

Em virtude do cenário econômico brasileiro e moeda volátil, a classificação da Moody’s e a solidez operacional geram confiança. Dessa forma, investidores institucionais mantêm sua tese de longo prazo sobre o Nubank. Acima de tudo, isso ocorre com a expansão de novos produtos como consignado, serviços para PMEs e seguros.