Balanço

Light (LIGT3) mantém prejuízo no 2T25 e vê Ebitda ajustado encolher

Resultado aponta pressão operacional e sinaliza foco em eficiência

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Light (LIGT3)
Distribuidora de energia mantém resultado negativo e sinaliza necessidade de ganhos em eficiência para reverter pressões operacionais no Rio de Janeiro | Crédito: Divulgação

A Light (LIGT3) reportou prejuízo líquido de R$ 51,4 milhões no segundo trimestre de 2025. O valor permanece praticamente estável em relação ao resultado negativo de R$ 51,6 milhões do 2T24. Além disso, a empresa registrou Ebitda ajustado de R$ 329 milhões, uma queda de 58,2% na comparação anual. Essa redução reforça a pressão de custos e a necessidade de ganhos de eficiência. A companhia publicou as demonstrações após o fechamento do mercado da última terça-feira (12).

A dinâmica operacional continua desafiadora. As margens comprimidas e o avanço de despesas ligadas à operação de distribuição no Rio de Janeiro pesam nos resultados. Em outras palavras, a empresa ainda enfrenta um ambiente de custos mais altos e de perdas superiores à meta regulatória. Essa situação limita a alavancagem operacional na comparação anual.

A leitura do trimestre vem após um 1T25 positivo. Nesse período, a Light reverteu prejuízo e lucrou R$ 419 milhões, apoiada por melhor eficiência e alívio no resultado financeiro. No entanto, a reversão no começo do ano não se repetiu no 2T25. Isso indica normalização de itens não recorrentes e um cenário competitivo mais rígido para a distribuidora.

No pano de fundo, a companhia executa sua agenda pós-recuperação judicial. Acima de tudo, ela foca em disciplina de caixa, combate a perdas e priorização de investimentos regulatórios. Além disso, o cronograma de RI prevê interações com o mercado a fim de detalhar alavancas de eficiência e a trajetória de indicadores operacionais nos próximos trimestres.

Para investidores, o retrato do 2T25 sugere cautela a curto prazo. Ainda assim, ajustes tarifários futuros, queda de juros e entregas operacionais podem reduzir a volatilidade dos resultados. Isso acontecerá desde que a empresa avance no controle de custos e na redução de perdas comerciais.

O que observar a partir de agora

Em primeiro lugar, a execução no combate a perdas será determinante para a recomposição de margens. Sem dúvida, melhorias em fiscalização, regularização de clientes e digitalização tendem a elevar a eficiência da rede e sustentar o Ebitda recorrente.

Em segundo lugar, gestão financeira e estrutura de capital continuam no radar. Isso ocorre devido à sensibilidade do fluxo de caixa a despesas financeiras e a eventos regulatórios. Por certo, a agenda de RI indica que a companhia manterá comunicação ativa com o mercado a fim de mitigar incertezas.

Por fim, sinais macro e regulatórios como ciclo de juros e revisões tarifárias podem oferecer suporte adicional. Em resumo, a tese depende da combinação de eficiência operacional com um ambiente regulatório previsível para destravar valor de forma consistente.