Brasil

Iguatemi (IGTI11) impulsiona lucro, dobra FFO e fortalece portfólio com vendas estratégicas

Lucro líquido salta 95%, FFO alcança R$ 241 mi e empresa avança com vendas minoritárias em shoppings premium

Iguatemi (IGTI11)
Com desalavancagem estratégica e venda de participações minoritárias, Iguatemi fortalece seu portfólio e mantém foco em ativos premium de alto desempenho | Crédito: Divulgação

A Iguatemi (IGTI11) registrou no segundo trimestre de 2025 lucro líquido ajustado de R$ 208,5 milhões. Isso representa um aumento expressivo de 95,7% em comparação ao 2T24. Sem dúvida, o crescimento foi impulsionado por aquisições recentes e resultados operacionais robustos, superando as expectativas do mercado. Além disso, a receita líquida subiu 27,8%, atingindo R$ 407,2 milhões, o que reflete a expansão de vendas e ocupação.

O FFO ajustado (fluxo operacional) alcançou R$ 240,4 milhões, um crescimento de 56,2% na comparação anual. Por isso, evidencia-se forte geração de caixa e alívio da alavancagem financeira, que permanece abaixo da meta de dois vezes o EBITDA ajustado. Já o EBITDA ajustado chegou a R$ 445,4 milhões, mais que dobrando o resultado de um ano antes. Em outras palavras, a margem atingiu incríveis 109,9%, resultado de despesas financeiras e amortizações compensadas pelos ganhos não caixa.

O desempenho operacional reflete, acima de tudo, as sucessivas aquisições dos shoppings RioSul, Pátio Paulista e Higienópolis. Tais aquisições ampliaram a visibilidade de receita e reforçaram a ocupação de ponta a ponta dos ativos. Como resultado, a taxa de ocupação encerrou o trimestre em torno de 96%, sustentada pelo ajuste de mix e contratos renovados com lojistas premium.

Apesar dos bons números, os analistas classificam os resultados como “neutros“. Isso ocorre por causa do impacto não recorrente das operações societárias. Além disso, a alavancagem aumentará levemente com as aquisições finalizadas em abril.

E o que isso significa para seus investimentos?

A Iguatemi demonstra excelente performance operacional, com margens e geração de caixa sólidos. No entanto, ainda carrega parte do efeito contábil das aquisições recentes. A expansão do FFO e do EBITDA indica evolução estrutural. Ainda assim, a dívida líquida/aEBITDA está próxima de 1,8×, exigindo monitoramento em ambiente de juros mais altos.

Em contrapartida, a companhia concluiu a venda de 10% do Pátio Paulista por R$ 244,5 milhões à Funcef. Nesse sentido, também negocia a venda adicional de 7% no Pátio Higienópolis por cerca de R$ 170 milhões, como parte de sua estratégia de reciclagem de capital e desalavancagem pós aquisições. Juntamente com isso, o investimento direto da empresa nesses shoppings somou aproximadamente R$ 700 milhões. Uma parte já foi paga e o restante será escalonado nos próximos 24 meses via CRI indexado a CDI.

No meio prazo, o potencial vem da combinação entre alocação direcionada a ativos premium, disciplina financeira e expansão de renda passiva via aluguel. Em suma, com ocupação alta e posição de destaque no varejo de luxo, a Iguatemi segue como case defensivo bem posicionado para valorização gradual e resiliência em carteiras focadas em renda e proteção.