O Ibovespa opera em alta nesta quinta-feira (16), acompanhando o movimento positivo das bolsas de Nova York e o avanço das conversas comerciais entre Brasil e Estados Unidos, que ajudaram a melhorar o humor dos investidores.
Às 12h11, o principal índice da B3 subia 0,26%, aos 143.007 pontos, após ter iniciado o pregão em queda de 0,78%. O dólar comercial recuava 0,30%, cotado a R$ 5,43, refletindo maior fluxo de capital estrangeiro para o país.
Desempenho das ações
O dia é de recuperação para os principais papéis do Ibovespa. Entre as maiores altas, estavam Cogna (COGN3), com +2,66%, Marfrig (MRFG3), +2,54%, e WEG (WEGE3), +1,97%. Já entre as baixas, figuravam Magalu (MGLU3), -3,14%, e Braskem (BRKM5), -2,82%.
A melhora do índice é sustentada também pelos ganhos de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), impulsionados pelo bom desempenho dos ADRs das companhias no pré-market americano, com altas de 0,52% e 0,18%, respectivamente.
Influência internacional
Em Nova York, o S&P 500 e o Nasdaq avançavam mais de 0,40%, acompanhando o rali das ações de tecnologia após o resultado trimestral positivo da TSMC, que reacendeu o otimismo em torno da inteligência artificial.
Na Europa, investidores aguardam o discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que deve comentar a política de juros e a evolução da inflação na zona do euro.
Indicadores e commodities
O IBC-Br, considerado uma prévia do PIB brasileiro, apresentou alta de 0,40% em agosto, abaixo das expectativas do mercado, que projetava avanço de 0,70%. O resultado reforçou a leitura de atividade moderada, com impacto sobre a trajetória dos juros futuros.
No exterior, o petróleo Brent subia 0,60%, cotado a US$ 62,27 o barril, enquanto o ouro mantinha recordes acima de US$ 4.200 por onça-troy, beneficiado pelas tensões comerciais e pela perspectiva de juros mais baixos nos EUA.
Conversa comercial entre Brasil e EUA anima mercado
Segundo fontes do governo brasileiro, o Ministério das Relações Exteriores retomou nesta semana diálogos bilaterais com autoridades americanas para discutir barreiras tarifárias e incentivos a investimentos. O encontro ocorre em meio à tentativa de ambos os países de aproximar posições no comércio agrícola e tecnológico.
“A retomada do diálogo reduz o risco de isolamento econômico e fortalece a imagem do Brasil como parceiro comercial confiável”, avalia Fábio Murad, CEO da SpaceMoney e criador do método Super ETF.
Murad acrescenta que, diante desse cenário, investidores devem aproveitar períodos de otimismo externo para reavaliar carteiras com foco em ETFs globais e diversificação cambial, evitando concentração em ativos locais.
Análise e visão de longo prazo
Os fundamentos de John Bogle, autor de O investidor de bom senso, reforçam essa visão: em momentos de volatilidade e euforia do mercado, o investidor deve manter a disciplina e a diversificação de longo prazo, sem reagir de forma imediatista a movimentos diários do índice.
Segundo Bogle, o segredo é “permanecer investido com equilíbrio e custo baixo”, especialmente em um ambiente global onde decisões políticas e comerciais têm peso crescente sobre os preços dos ativos.
Perspectiva
Com a melhora externa e o avanço das negociações comerciais, analistas avaliam que o Ibovespa pode retomar o patamar de 145 mil pontos nos próximos pregões. A queda do dólar, por sua vez, ajuda a aliviar pressões inflacionárias e pode reforçar o fluxo de recursos para renda variável.
A expectativa é de que o mercado siga sensível a dados fiscais e à política monetária americana, mas, por ora, o otimismo predomina.