gráfico de bolsas, dólar e juros no computador – mercado financeiro
Painel de cotações de bolsa, dólar e juros durante a abertura dos mercados no Brasil. (Fonte: Canva)

O Ibovespa registrou abertura em torno de 144.526,45 pontos, com alta de cerca de 0,31%. O dólar comercial, por sua vez, caiu para cerca de R$ 5,38, enquanto os juros futuros recuaram em boa parte da curva.

Apenas ontem, o índice havia fechado aos 144.085,15 pontos, baixa de 0,29%, com volume de R$ 16,10 bilhões.

Cenário macroecômico nacional

Os juros futuros (DI) abriram com baixa em toda a curva: DI1F26 em 14,895% (variação 0 pp), DI1F31 em 13,475% (-0,02 pp) e DI1F35 em 13,645% (-0,01 pp). O recuo dos juros reflete expectativas de menor pressão inflacionária e possibilidade de política monetária mais branda no médio prazo. No câmbio, a primeira parcial da PTAX registrou compra a R$ 5,3858 e venda a R$ 5,3864.

Resultados de empresas e setores

No setor industrial, WEGE3 informou lucro de R$ 1,65 bilhão no 3º trimestre, aumento de 4,5% ano a ano; o Ebitda ficou em R$ 2,28 bilhões (alta de 2,3%). Apesar do resultado acima do esperado para o lucro, a receita de R$ 10,27 bilhões ficou abaixo das projeções.
Já VALE3 reportou que a produção no trimestre foi a maior desde 2018 e que todos os seus três segmentos principais de negócios estão no caminho de alcançar o limite superior das metas para 2025 — segundo o banco Bradesco BBI.

Pressões externas que impactam o mercado brasileiro

O mercado global segue atento às tensões entre os Estados Unidos e a China sobre acesso a minerais de terras raras. O representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, afirmou que irá à Malásia para tratar da questão com autoridades chinesas, acusando Pequim de “medidas incrivelmente agressivas”.

Segundo o vice‑presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, o Brasil pode unir seu potencial mineral à liderança em energia limpa para atrair investimentos internacionais — o que abre espaço para impactos no câmbio e nos fluxos de capitais.

Abertura dos mercados internacionais

Os futuros dos EUA operavam com leve alta: o Dow Jones Industrial Average futuro subia cerca de 0,03%, o S&P 500 futuro apresentava alta de 0,13% e o Nasdaq Composite futuro +0,03%. Ontem, o Dow encerrou em nova máxima.

No Japão, as exportações avançaram 4,2% a/a, refletindo estímulos econômicos e novo gabinete liderado por Sanae Takaichi. Já as bolsas da Europa operavam sem direção clara, com destaque para o setor de consumo registrando retração após resultados abaixo das expectativas.


Por que isso importa ao investidor brasileiro

  • A valorização do Ibovespa com dólar em queda tende a favorecer stocks exportadoras ou que têm custos em dólar.
  • Juros futuros em recuo reduzem o custo de oportunidade de manter ações e podem impulsionar o fluxo para renda variável.
  • A combinação de resultados corporativos sólidos (como Vale e WEG) com cenário externo mais tranquilo favorecem o clima de risco moderado‑positivo — o que ajuda ETFs e carteiras diversificadas.
  • E no método do Super ETF, criado por Fábio Murad, a disciplina e a diversificação controlada são pilares para atravessar oscilações com consistência.

Dica para o investidor

Se você opera percentual relevante da carteira em bolsa ou ETFs, vale monitorar:

  • Dólar como indicador de fluxo externo.
  • Curva de juros futuros, para avaliar custo de capital e risco‑Brasil.
  • Principais balanços trimestrais, principalmente de empresas com atuação global ou forte exportação.
  • Ambiente geopolítico e tensões comerciais — que influenciam commodities, câmbio e apetite a risco.

Próximos passos para acompanhar

  • Acompanhe os comunicados das empresas que ainda divulgarão resultados esta semana.
  • Monitore eventos econômicos domésticos: dados de inflação, leilões de dívida e discursos de autoridades monetárias.
  • Fique atento aos desdobramentos da disputa entre EUA e China — e o efeito sobre commodities, comércio e câmbio.
  • Avalie sua carteira sob duas frentes: cenário base de alta moderada e cenário de stress externo / câmbio em alta. Adote hedge ou proteção se necessário.