
Resumo do dia
O Ibovespa cai aos 147,7 mil pontos em um pregão de ajustes depois do recorde de quarta-feira. Dólar comercial avança para a casa de R$ 5,37 e os DIs oscilam. Bradesco (BBDC4) recua 4% após 3T25; Ambev (ABEV3) sobe com lucro 36,4% maior. No exterior, futuros de NY caem após Microsoft e Meta e o BCE manteve juros em 2,00% ao ano.
Abertura: ajuste técnico e cautela externa
O Ibovespa opera em baixa nesta quinta-feira (30), aos 147,7 mil pontos, devolvendo parte dos ganhos após renovar máximas. O movimento acompanha o viés negativo do exterior, onde Dow, S&P 500 e Nasdaq Futuros recuam após balanços mistos das big techs. O dólar comercial sobe para R$ 5,39 na máxima intradiária.
Drivers globais
- EUA–China: após encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, a Casa Branca sinalizou redução de tarifas em troca de compras de soja, fluxo de terras raras e combate ao fentanil. Haveria possibilidade de assinatura de um acordo já na próxima semana, segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
- BCE: manteve a taxa básica em 2,00% ao ano e reforçou abordagem “dependente de dados”.
- BoJ: manteve juros em 0,5%, mas o iene enfraqueceu após sinalizações consideradas menos “hawkish”.
- Europa/Ásia: bolsas europeias caem; Ásia fechou mista.
Brasil: câmbio, juros e fiscal
- Dólar comercial: R$ 5,372 na abertura; primeira parcial PTAX a R$ 5,3916 (compra) e R$ 5,3922 (venda).
- Futuros de juros (DIs): desempenho misto na abertura (ex.: DI1F28 a 13,18%).
- Fiscal: Tesouro informou déficit primário de R$ 14,5 bilhões em setembro. Receitas líquidas de R$ 172,37 bi (+0,6% real a/a) e despesas de R$ 186,87 bi (+5,7% a/a).
Ações em foco
- Bancos: Bradesco (BBDC4) lidera quedas, -4,25%, após 3T25 com lucro de R$ 6,2 bi e ROE de 14,7%, ligeiramente abaixo de projeções; BBA vê continuidade de melhora e reitera outperform com preço-alvo de R$ 22. Outros grandes bancos (BBAS3, ITUB4, SANB11) também recuam.
- Ambev (ABEV3): sobe ~3% após lucro líquido de R$ 4,86 bi no 3T25 (+36,4% a/a); BBI mantém neutra (preço-alvo R$ 13) e chama atenção para desafios de receita adiante.
- Commodities e majors: Vale (VALE3) abre em leve queda e vira para alta pontual; Petrobras (PETR3/PETR4) recua no início.
- Varejo e serviços: queda em MGLU3, CEAB3 e AZZA3; B3SA3 recua.
- Aéreas: AZUL4 em alta; GOLL54 com leve ganho.
- Siderurgia: CSNA3, GGBR4, GOAU4 e USIM5 em baixa.
- Energia/Infra: ELET3/ELET6 em queda; ISA Energia (ISAE4) tem 3T25 ligeiramente negativo no operacional, com lucro líquido beneficiado por IR diferido.
Radar corporativo e agenda
- Divulga hoje após o fechamento: Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4), Marcopolo (POMO4), Multiplan (MULT3) e Telefônica (VIVT3).
- Multiplan (MULT3): vai investir R$ 65 milhões para expandir BarraShopping e BH Shopping.
- Log CP: acordo de R$ 364 milhões com fundo do BTG para venda de três ativos logísticos.
- Combustíveis: preços seguem abaixo da paridade, segundo Abicom; gasolina -3% e diesel S10 -11% vs. referência internacional.
Commodities e moedas
- Petróleo: WTI US$ 60,07 (-0,68%); Brent US$ 64,46 (-0,71%).
- Minério (Dalian): +0,38% a 802,50 iuanes (US$ 113,04).
- DXY: 99,34 (+0,12%).
Geopolítica
- Ucrânia: Rússia lança ataque amplo à rede de energia; autoridades relatam três mortes.
- Otan/Báltico: Polônia intercepta aeronave russa em espaço aéreo internacional.
- Europa digital: BCE cogita piloto do euro digital em 2027.
Indicadores e economia internacional
- Alemanha (CPI preliminar): +2,3% a/a em outubro (vs. 2,4% em setembro); +0,3% m/m (acima do esperado).
- México (PIB preliminar 3T25): -0,2% a/a; -0,3% t/t, em linha com previsões.
- EUA: indicadores do 3T25 não divulgados hoje devido à paralisação do governo.
- Brasil (FGV IBRE):
- Confiança de Serviços estável em 88,9;
- Confiança do Comércio sobe a 86,2;
- IGP-M -0,36% em outubro; acumula -1,30% no ano e +0,92% em 12 meses.
Setores: destaques intradiários
- Altas: ABEV3 (+3,41%); RAIZ4 (+1,09%).
- Quedas: varejo e supermercados (ASAI3, GMAT3, PCAR3); siderurgia; bancos.
- Ontem: Ibovespa fechou +0,82% a 148.632,93 (recorde de fechamento); volume R$ 23,8 bi.
Para o investidor: lições de custo, diversificação e renda em dólar
- Custos importam: “Quanto mais os administradores e corretores pegam para si, menos os investidores ganham.”
- Indexação de baixo custo: fundos indexados capturam o retorno do mercado com mínima fricção de taxas e rotatividade.
- Internacionalização e ETFs: combinar diversificação global com estratégias de renda como Covered Call pode criar fluxo em dólar e reduzir o risco específico.