A Embraer (EMBR3) alcançou receita líquida de US$ 1,82 bilhão no segundo trimestre de 2025, um crescimento expressivo de 22% ano a ano, superando as projeções do mercado. Além disso, o EBITDA ajustado avançou 29%, atingindo US$ 245,5 milhões, com margem de aproximadamente 13,5%. Este resultado reflete ganhos operacionais e maior alavancagem, principalmente no segmento de aviação executiva. No entanto, a companhia registrou prejuízo líquido ajustado de US$ 4,7 milhões, revertendo o lucro de US$ 80 milhões obtido no ano anterior, em virtude de efeito contábil relacionado a impostos diferidos.
A Embraer manteve suas projeções para 2025, com expectativa de receita entre US$ 7 bilhões e US$ 7,5 bilhões. A fim de cumprir estas metas, a empresa alinha seu planejamento com o guidance de entregas de 77–85 jatos comerciais e 145–155 executivos. Apesar disso, a fabricante destacou que as tarifas dos EUA, embora preocupantes, não impactaram significativamente os resultados do trimestre, uma vez que foi excluída a aplicação de tarifa de 50%, permanecendo apenas a taxa vigente de 10% sobre o setor aeronáutico.
Em contrapartida, o backlog total alcançou US$ 29,7 bilhões, estabelecendo um recorde histórico para a empresa. Sem dúvida, este resultado é sustentado pela forte demanda em todos os segmentos. Por exemplo, na aviação executiva, o backlog foi de US$ 7,4 bilhões, representando alta de 62% em 12 meses, graças à entrega de 38 jatos no trimestre (+41% em comparação ao 2T24).
Além disso, a companhia reafirmou que mantém seu plano estratégico e ajustes operacionais. Por outro lado, continua pressionando margens com investimento contínuo em eficiência e crescimento nos negócios de serviços e suporte, sem revisão nos guias anuais.
O que esses dados revelam sobre o futuro da Embraer?
Os resultados da Embraer evidenciam uma trajetória de crescimento sólida e contínuo avanço operacional. Em primeiro lugar, a empresa amplia receita e EBITDA ajustado, mesmo diante de adversidades. Em segundo lugar, a reversão do lucro líquido mostra-se pontual e ligada a fatores contábeis. Dessa forma, o desempenho operacional demonstra a capacidade de geração de caixa robusta.
O backlog elevado e consistente em todas as divisões proporciona visibilidade prolongada de receita e suporte para as entregas do ano. Dessa maneira, oferece alicerce para acessar demanda latente e sustentar a tese de valorização de médio prazo.
Ainda que a tarifa sobre aeronaves continue presente, o impacto está sob controle. Ao mesmo tempo, a companhia reforçou sua orientação de lobby por normas mais favoráveis para o setor. Por certo, a manutenção da guidance indica confiança no plano estratégico e resiliência frente aos riscos externos.
Por fim, apesar do cenário externo adverso, os dados fortalecem a tese de Embraer como player resiliente. Acima de tudo, a empresa mostra potencial de recuperação de lucratividade já no 2S25, sobretudo se o mix de entregas, as margens de serviços e a execução operacional permanecerem consistentes.