O Magazine Luiza (MGLU3) divulgou resultado misto no 2º trimestre de 2025. A receita líquida alcançou R$ 9,13 bilhões (+1,4% a/a), enquanto o lucro líquido ajustado despencou para R$ 1,8 milhão (-95,3% a/a). Em contrapartida, o Ebitda ajustado somou R$ 726,7 milhões (+2,3% a/a), com margem de 8,0%. Já o Ebitda reportado atingiu R$ 687,1 milhões (+4,9%), gerando margem de 7,5%. Além disso, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 24,4 milhões sem ajustes.
A dinâmica operacional apresentou avanço nas lojas físicas. As vendas em mesmas lojas (SSS) cresceram +3,5%, com base de 1.245 pontos ao fim de junho. Por outro lado, o e-commerce recuou 2,1% no trimestre, impactado pela retração do 1P e do marketplace (3P). Ainda assim, a margem bruta manteve-se estável em 30,5%, a fim de sustentar rentabilidade em um ambiente altamente competitivo.
No caixa, a geração operacional alcançou R$ 600 milhões no trimestre. Após investimentos e pagamentos de aluguéis, o fluxo de caixa livre atingiu cerca de R$ 200 milhões. Em outras palavras, a posição de caixa total encerrou o período em R$ 8 bilhões, o que proporciona fôlego para a gestão de capital de giro em um cenário onde o crédito permanece caro.
Em conferência, a administração reforçou que evitará a “guerra do frete grátis” e priorizará margens. Além disso, focará em categorias com melhor contribuição, especialmente enquanto a Selic permanece em 15%. A princípio, a estratégia busca disciplina comercial no 3P e combinação mais eficiente entre canais.
No mercado, as ações reagiram negativamente após a divulgação, refletindo ceticismo com a tração de vendas digitais. O lucro comprimido por despesas financeiras também preocupa investidores. Por volta da manhã desta sexta (8), MGLU3 recuava cerca de 5%. Apesar disso, analistas destacam que a disciplina de margem e a geração de caixa reduzem riscos operacionais no curto prazo.
Magazine Luiza (MGLU3): perspectivas para os próximos meses
Com juros elevados, o resultado financeiro continua como principal obstáculo ao lucro recorrente. Além disso, a empresa tenta preservar preços e frete sem abrir mão da rentabilidade no 3P — movimento que pode limitar volume, mas sustenta margens.
Dessa forma, a tese depende de execução em mix de produtos com ticket mais alto nas lojas. A conversão de estoques em caixa e disciplina de capex também são fundamentais. Sem dúvida, o SSS positivo e a base de 1.245 lojas ajudam a apoiar a receita, ainda que o digital avance de forma seletiva.
Por fim, monitorar a trajetória do Ebitda ajustado e a evolução do e-commerce será fundamental para avaliar quando o lucro volta a ganhar robustez. Uma vez que a pressão de juros aliviar, o ganho operacional tenderá a aparecer mais claramente no resultado líquido.