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B3: volume à vista cai em julho e base de CPFs segue em alta

Giro menor no mercado de ações e reforço da renda fixa mudam o foco do investidor em julho

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Movimentação na bolsa de valores B3 mostra recuo no volume à vista em julho, enquanto base de CPFs continua crescendo | Crédito: Divulgação

O volume à vista da B3 recuou em julho, após meses de giro elevado. De acordo com dados operacionais da bolsa e casas de análise, o mês registrou queda relevante do ADTV. Em outras palavras, o indicador caiu para cerca de R$ 19,9 bilhões, ficando abaixo de junho. Sem dúvida, existe um menor apetite por risco no curto prazo.

Apesar disso, a base de pessoas físicas seguiu em expansão. A B3 indica que o contingente de CPFs na renda variável já supera 5,3 milhões. Além disso, avança gradualmente em 2025, com tendência de aproximação de 5,36 milhões. O movimento ocorre mesmo com juros ainda altos, o que, por sua vez, sustenta a migração parcial para produtos de renda fixa.

No fluxo estrangeiro, julho registrou saída líquida na bolsa. Após entradas fortes no primeiro semestre, o investidor internacional tornou-se vendedor no mês. Como resultado, pressionou preços e reduziu a liquidez marginal.

Na renda fixa, as emissões corporativas continuam firmes. A ANBIMA aponta recorde histórico em debêntures incentivadas no primeiro semestre de 2025. Este fato ajuda a explicar não apenas a tração do mercado de dívida, mas também o deslocamento de parte do capital de risco.

O que muda para corretoras e brokers

Em primeiro lugar, a receita de corretagem e giro sofre impacto direto. Menos negociação no cash tende a apertar a receita transacional de corretoras de varejo e mesas proprietárias. Por outro lado, plataformas com mix mais diversificado em derivativos, dados e serviços mitigam a queda do ADTV.

Além disso, o pipeline de debêntures e outros títulos privados ganha peso no P&L dos distribuidores, afetando a distribuição de renda fixa. Dessa forma, casas com bateira forte de originação e esteira digital de ofertas capturam maior take rate em 2025.

E para o cliente final, a PF segue crescendo em número, mas está mais seletiva. Acima de tudo, educação financeira, arquitetura aberta e taxas competitivas tornam-se diferenciais para reter fluxo e wallet share em um trimestre de volatilidade.