Azul (AZUL4) anunciou em 31 de julho a assinatura de um “backstop commitment agreement” com parte de seus stakeholders. Este acordo prevê um aporte firme de até US$ 650 milhões em uma futura emissão de ações subscritas por investidores atuais e credores. A empresa reportou o instrumento em fato relevante à CVM devido aos requisitos legais. No entanto, o tribunal dos EUA que supervisiona o processo de Chapter 11, aberto em maio deste ano, ainda precisa aprovar o acordo.
O acordo substitui gradualmente parte da dívida. Além disso, reforça uma alternativa limpa ao endividamento. Apesar disso, só se tornará efetivo se o juiz responsável pela recuperação judicial da Azul nos EUA o autorizar. Sem dúvida, esse aval judicial é condição prévia para que o investimento ocorra conforme previsto.
A entrada da Azul no Chapter 11 em maio visou uma reestruturação ampla. A princípio, envolve cerca de US$ 1,6 bilhão em financiamento DIP. O objetivo principal é eliminar mais de US$ 2 bi em dívidas e receber até US$ 950 mi em capital novo. Este montante inclui o aporte dos credores e contribuições previstas de até US$ 300 mi por United e American Airlines. Por fim, a oferta de US$ 650 milhões está garantida pelos investidores como parte desse plano de saída do processo judicial, previsto para o início de 2026.
De acordo com o cronograma da recuperação judicial, a audiência de confirmação está marcada para 28 de dezembro de 2025. Uma vez que seja aprovada, a Azul projeta encerrar o processo cerca de 90 dias depois. Assim sendo, a saída está estimada para março de 2026. Como resultado, a empresa espera uma alavancagem reduzida entre 3× e 2× em dívida líquida/Ebitda.
O que isso significa para quem investe em Azul (AZUL4)?
O acordo garante US$ 650 milhões para a Azul. Porém, depende de aprovação judicial americana. Por outro lado, os acionistas atuais serão diluídos em cerca de 20% a 25% com a emissão de novas ações. Este cenário já aconteceu em casos similares como Latam e Gol.
Para quem investe no longo prazo, a Azul pode sair do Chapter 11 mais forte e com menos dívidas. No entanto, as agências de classificação rebaixaram a empresa para ratings baixos, o que dificulta novos financiamentos. Acima de tudo, o sucesso da operação dependerá da rapidez na implementação do plano e da aprovação pela justiça americana.