Por Ana Julia Mezzadri, da Investing.com – O Banco do Brasil (SA:BBAS3) divulgou, na manhã desta quinta-feira (5), uma queda de no lucro do terceiro trimestre, causada sobretudo pela reserva de mais de R$ 2 bilhões para potenciais perdas com empréstimos em meio à crise de Covid-19. Depois do anúncio, as ações abriram o pregão em alta.
Às 10h52, os papéis eram negociados a R$ 30,62, alta de 0,99%. Até então, a mínima do dia foi de R$ 30,48 e a máxima de R$ 30,79, com volume negociado de R$ 77,97 milhões. O Ibovespa segue na mesma linha, em alta de 2,05%, aos 99.875 pontos.
O lucro líquido recorrente do terceiro trimestre ficou em R$ 3,482 bilhões, 23,3% a menos do que no mesmo período do ano anterior.
Os resultados vieram em linha com as projeções do Goldman Sachs, apesar de estarem abaixo das estimativas de consenso da compiladas pela Bloomberg. O banco mantém recomendação de Compra para as ações, com preço-alvo de R$ 41, por considerar que estão baratas, com desconto de 40% em relação aos concorrentes do setor privado.
O Goldman aponta que os principais riscos para a performance das ações são o fato de o banco ser estatal e, consequentemente, as potenciais intervenções; uma potencial deterioração da qualidade dos ativos; e uma lucratividade menor em empréstimos ao agronegócio.
A Mirae Asset também recomenda Compra, com preço-alvo de R$ 45,35. A corretora considera que o lucro e o ROE ficaram abaixo do esperado, mas espera uma recuperação nos próximos trimestres, por acreditar que a maior parte das provisões já ocorreu.
Balanço
As provisões totais para perdas com empréstimos foram de R$ 5,508 bilhões, um aumento de 40,5% em relação ao ano anterior, incluindo os R$ 2 bilhões em provisões extraordinárias. Como seus rivais, no entanto, as provisões caíram em relação ao trimestre anterior.
A instituição tem R$ 109,2 bilhões em operações de crédito com prazo estendido, o que representa 17,3% da carteira doméstica do Banco do Brasil.
A rentabilidade do banco ficou estável em 12%, ainda bem abaixo dos níveis pré-pandêmicos.
O crescimento da carteira de crédito manteve-se lento, elevando-se 1,2% a R$ 730,9 bilhões no trimestre e pressionando a margem financeira.
A inadimplência ficou em 2,4%, ou 0,4 ponto percentual menor do que no trimestre anterior.
Com colaboração da Reuters