Equipe da Ouro Preto Investimentos reunida apresentando o novo fundo multimercado baseado em ETFs.
Da esquerda para direita os líderes de área do produto: Calil Filippelli (Gestor/CGA), Fábio Murad (Consultor de Valores Mobiliários/CEA), Leandro Turaça (Diretor de Gestão/CVM) e Naor Kunioshi (Head de Risco/CNPI). Divulgação: Ouro Preto Investimentos

De acordo com o Valor Pro, serviço profissional do jornal Valor Econômico, a Ouro Preto Investimentos fará em janeiro de 2026 sua entrada oficial no universo multiestratégia com o lançamento do ETF Pioneer Selection Ouro Preto FIF Multimercado RL, o primeiro fundo do país dedicado predominantemente à alocação tática e estratégica via ETFs listados na B3.

Após mais de 15 anos como referência nacional em FIDCs e crédito estruturado, a gestora decide inaugurar uma nova fase, usando toda a estrutura construída — governança, tecnologia proprietária e equipe especializada — para começar a escrever um capítulo diferente na casa.

Segundo Leandro Turaça, sócio-gestor da Ouro Preto:

“Depois de consolidarmos nossa estrutura de crédito, equipe e sistemas proprietários, tivemos finalmente a liberdade para implementar um projeto antigo: desenvolver um multimercado eficiente e ágil. Trabalhamos intensamente nos últimos seis meses para iniciar em janeiro de 2026.”

A gestora segue um caminho diferente do observado em diversas casas tradicionais: enquanto muitas gestoras de multimercado migraram para o crédito em busca de estabilidade, a Ouro Preto permanece firme e fortalecida nesse segmento — onde construiu sua reputação ao longo de 15 anos e continua expandindo, especialmente no universo dos FIDCs.

O novo fundo macro baseado em ETFs não substitui a atuação em crédito, mas sim acrescenta uma nova vertical estratégica ao portfólio da casa. Trata-se de uma ampliação de atuação, trazendo inovação para um segmento em que a gestora ainda não estava presente, sem abrir mão de sua principal fonte de receita e expertise.


Um multimercado que opera apenas via ETFs

O ETF Pioneer Selection não é um ETF listado em bolsa, mas um fundo multimercado tradicional que utiliza ETFs como ferramenta de alocação global.

A tese combina simplicidade operacional com sofisticação estratégica: em vez de montar posições individualizadas, o fundo usa ETFs para acessar tendências setoriais, regionais e temáticas no Brasil e no exterior.

Segundo Turaça:

“Um bom produto é fácil de explicar. Os ETFs nos permitem capturar tendências de forma eficiente, diversificada e com exposição global.”

A equipe dedicada ao fundo conta com 14 profissionais, responsáveis por rastrear tendências, mapear riscos e ajustar a carteira conforme o cenário global muda.

Um exemplo citado pelo gestor resume a proposta:
um médico que compra ETFs de cripto, ouro e bolsa até pode entender o produto, mas raramente terá tempo para rebalancear constantemente.

Esse é o papel do fundo.


Por que um multimercado agora?

Mesmo com a retração recente dos multimercados, a Ouro Preto vê um espaço óbvio — e inexplorado — para uma estratégia orientada por tendências globais via ETFs.

Sempre há algum ativo — setorial, temático ou regional — em tendência de alta no mundo. A proposta do fundo é perseguir justamente esses movimentos com flexibilidade total.


A estratégia da Ouro Preto, embora inovadora, parte de um princípio que John Bogle, criador da Vanguard e pai dos ETFs modernos, repetia constantemente:

“A simplicidade e a eficiência dos ETFs criam uma base sólida para qualquer estratégia. Cabe ao gestor transformar essa base em resultados superiores.”

A lógica se alinha diretamente ao uso de ETFs como pilar central do fundo.


Exclusividade: foco em um único produto macro

A gestora afirma que não pretende ampliar a linha de multimercados em 2026:

“Nosso foco é consolidar o ETF Pioneer Selection. Só ele já representa um desafio importante”, diz Turaça.

Em paralelo, a casa segue expandindo sua presença no universo de FIDCs, onde ainda vê uma avenida de crescimento “enorme”.


Tributação, retorno e liquidez

O fundo terá alíquota fixa de 15% de IR, graças à predominância de ativos com tributação de renda variável — um diferencial relevante dentro da indústria de multimercados.

Com base no backtesting, a modelagem indica:

  • Retorno potencial: entre 140% e 160% do CDI
  • Volatilidade estimada: entre 5,00% e 7,50%
  • (Sem promessa de rentabilidade futura)

A liquidez será de D+3.


Market makers e liquidez internacional

Mesmo que alguns ETFs não tenham grande volume na B3, isso não é problema. Os market makers garantem que as negociações reflitam a liquidez dos ativos internacionais.

Essa explicação é detalhada por Fábio Murad, economista, consultor de valores mobiliários, referência nacional em ETFs e coordenador estratégico do produto:

“Os ETFs refletem mercados gigantescos lá fora. Isso abre espaço para estratégias antes impossíveis por limitações locais.”


Governança e alinhamento com investidores

Antes de chegar às plataformas, o fundo será capitalizado pelos próprios sócios e por family offices próximos, reforçando alinhamento e compromisso de longo prazo.

A expectativa é que o ETF Pioneer Selection chegue às grandes prateleiras ao longo de 2026.