Ilustração de foguete em decolagem representando o avanço do Ibovespa e o movimento de alta no mercado
Reprodução: Canva

O Ibovespa operou em alta nesta quarta-feira (3), embalado pelo apetite ao risco nos mercados globais e pela leitura de que o ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos pode ganhar força. O movimento levou o principal índice da B3 a flertar com um novo patamar histórico.

Índice se aproxima dos 162 mil pontos em meio à melhora do humor externo

Por volta das 14h40, o índice brasileiro subia 0,14%, aos 161.314 pontos, após ter encostado na máxima intradiária de 161.838. O nível coloca o Ibovespa muito próximo de romper, pela primeira vez, a marca simbólica dos 162 mil pontos — num reflexo direto da tração vista na sessão anterior, quando registrou recordes de intradia e de fechamento.

A leitura predominante entre operadores é que o ambiente de busca por ativos de risco voltou a ganhar força, impulsionado pela expectativa de alívio monetário promovido pelo Federal Reserve.

Radar dos investidores volta-se aos dados de trabalho dos EUA

Com o humor aquecido, todos os olhos se voltaram ao relatório de empregos privados dos Estados Unidos. Divulgado pela ADP, o dado mostrou o fechamento de 32 mil vagas em outubro, abaixo da previsão de 40 mil — sinalização que reforça a tese de desaceleração econômica e, portanto, abre mais espaço para cortes de juros no país.

Além disso, investidores aguardavam novos indicadores americanos:

  • preços de importados de setembro, com projeção de alta de 0,1%;
  • produção industrial do mês, esperada estável.

Serviços nos EUA e petróleo entram no foco

Outro dado a ser monitorado é o ISM de serviços de novembro, estimado em 52,1 pontos. O indicador funciona como termômetro do setor terciário e tende a calibrar apostas de política monetária. Paralelamente, o mercado também acompanhava o relatório semanal de estoques de petróleo da AIE, variável que pode mexer nos preços das commodities e nos papéis ligados ao setor energético.

Europa mostra desaceleração e inflação mais branda

No cenário internacional, a divulgação dos PMIs de serviços trouxe sinais mistos. A Alemanha registrou 52,7 pontos; a França, 50,8. Já o Reino Unido apresentou expansão mais robusta, com 50,5. Ao mesmo tempo, a inflação ao produtor da zona do euro, estimada em 0,1% para outubro, contribuiu para discussão sobre pressões de custo no bloco. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, discursaria ainda no final da manhã.

Seguimento do índice deve seguir volátil

Com investidores reagindo simultaneamente a dados econômicos, expectativas de política monetária e preços de commodities, analistas avaliam que o Ibovespa seguirá sujeito a oscilações curtas e rápidas. No entanto, a leitura predominante é que o otimismo recente — reforçado por recordes sucessivos — mantém o índice em posição favorável para testar novas máximas.