
O Bitcoin (BTC) voltou a ganhar tração nesta terça-feira e passou a ser negociado na faixa de US$ 90.700, recuperando parte das perdas recentes e deixando para trás a mínima de US$ 83.989 registrada na virada do mês. A reação ocorre em meio a uma melhora geral no humor dos mercados globais, que favorece ativos de risco e reduz parte da pressão vista no início da semana.
De acordo com dados citados pelo Valor Econômico, o BTC havia retomado inicialmente o patamar de US$ 87,5 mil, mas a movimentação ganhou força com o avanço dos índices acionários internacionais e o alívio no dólar, impulsionando a moeda digital para níveis mais altos nesta manhã .
Mercado global ainda opera sob cautela
A segunda-feira foi marcada pela expectativa de alta dos juros no Japão, o que mexeu com as curvas de juros globais e provocou quedas em ações, commodities e criptomoedas. O impacto foi imediato sobre o BTC, que chegou a acumular forte realização nas últimas 48 horas.
Mesmo com a recuperação atual, analistas mantêm postura de cautela. Para Andre Franco, CEO da Boost Research, o curto prazo ainda é desafiador para o Bitcoin devido à combinação de:
- aperto monetário no Japão;
- liquidez global mais restrita;
- incertezas macroeconômicas;
- expectativa pela decisão do Federal Reserve, marcada para a próxima semana.
Segundo Franco, a volatilidade recente é reflexo direto da sensibilidade dos mercados a mudanças no fluxo de capital internacional. A liquidez mais fraca “deve limitar reações positivas mais amplas do Bitcoin até que um novo catalisador apareça”, afirmou ao Valor .
Altcoins acompanham o movimento e também sobem
No mesmo ambiente de recuperação, outras criptomoedas voltaram ao campo positivo:
- Ether (ETH) subiu 1,9% para US$ 2.844
- XRP avançou 1,3% a US$ 2,04
- Solana (SOL) teve alta de 3,2% a US$ 130,59
- BNB ganhou 3,6% e atingiu US$ 846,88
O valor de mercado global das criptomoedas atingiu US$ 3,056 trilhões, segundo dados mencionados no relatório do dia .
Especialistas apontam movimento de desalavancagem
Parte da correção recente do Bitcoin tem origem em um processo mais amplo de desalavancagem nos mercados. Segundo Beto Fernandes, analista independente ouvido pelo Valor Econômico, os últimos meses exibiam sinais de sobrevalorização tanto em ações quanto em criptoativos.
A queda das criptomoedas foi intensificada pela retirada de capital de posições alavancadas, zerando praticamente toda a alta acumulada pelo BTC no ano. Novembro terminou como um dos piores para o ativo, reforçando a percepção de que o mercado ainda busca um novo equilíbrio de preços.
Recuperação é consistente?
Apesar da escalada para US$ 90.700, o BTC ainda precisa confirmar força compradora para retomar níveis psicológicos importantes — entre eles US$ 93 mil, US$ 95 mil e US$ 100 mil.
Analistas observam que uma permanência acima de US$ 90 mil pode sinalizar estabilização do curto prazo. Por outro lado, eventual retorno do estresse global pode devolver o ativo para faixas mais baixas.
Por ora, o mercado monitora:
- volatilidade nos juros globais;
- fluxo institucional;
- decisão do Fed;
- indicadores macroeconômicos dos EUA.
Com informações do Valor Econômico.