Gráfico vermelho com linha descendente representando queda do Ibovespa.
Reprodução: Gemini Pro

O Ibovespa voltou a operar no campo negativo nesta terça-feira (18), pressionado pelo aumento da aversão ao risco no mercado internacional e pelas incertezas envolvendo a política monetária dos Estados Unidos. Após oscilar ao longo do pregão e ensaiar leve recuperação no meio da tarde, o índice perdeu força novamente e, às 17h50, recuava 0,18%, aos 156.705 pontos. Mais cedo, por volta das 16h, chegou a registrar alta de 0,02% e ultrapassou os 157 mil pontos.

A cautela dos investidores se intensificou com a expectativa de divulgação de dados econômicos represados nos EUA, após o maior shutdown da história do país. Os operadores aguardam indicadores relevantes do mercado de trabalho ao longo da semana, além de novas sinalizações do Federal Reserve (Fed) sobre a trajetória dos juros.

Na véspera, o Ibovespa já havia sofrido pressão e encerrou a sessão de segunda-feira (17) em queda de 0,47%, marcando o primeiro fechamento abaixo dos 157 mil pontos desde 10 de novembro.

Incertezas com big techs afetam mercados globais

Além das dúvidas sobre juros nos EUA, o mercado também reage a preocupações com os valuations e o nível de alavancagem das grandes empresas de tecnologia. O movimento influenciou diretamente os índices de Nova York, que passaram a operar no negativo nesta tarde.

Às 16h44, o Dow Jones caía 0,62%, enquanto o S&P 500 recuava 0,37%. O Nasdaq, mais sensível ao setor de tecnologia, tinha queda de 0,55%.

O mercado também acompanha com atenção a divulgação do balanço da Nvidia, uma das principais referências globais do segmento, prevista para esta quarta-feira (19). Na quinta-feira (20), o foco será o payroll, indicador-chave para análise do mercado de trabalho americano.

Dólar cai no Brasil, mas exterior permanece estável

Mesmo diante do ambiente global de cautela, o dólar operou em queda no mercado brasileiro. Às 16h41, a moeda norte-americana recuava 0,26%, cotada a R$ 5,318.

O movimento doméstico, porém, não refletiu o comportamento internacional: o índice DXY, que mede a força do dólar frente a seis moedas de países desenvolvidos, avançava 0,03%, mostrando estabilidade próxima à neutralidade.

Bancos pressionam o índice

As ações do setor bancário também influenciaram negativamente o Ibovespa. Entre os papéis preferenciais, o Bradesco (BBDC4) caía 0,67% e o Itaú (ITUB4) recuava 0,12%. As ações ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3) mostravam perda mais acentuada, de 1,64%.

Santander (SANB11) também operava no negativo, com baixa de 0,09%, enquanto BTG Pactual (BPAC11) registrava queda de 0,85%.

Bolsas internacionais recuam com receio sobre techs

A aversão ao risco ganhou força também nas bolsas asiáticas, que encerraram o pregão desta terça em queda expressiva. As preocupações com o setor de tecnologia e a expectativa pelo balanço da Nvidia intensificaram o movimento.

  • Nikkei (Japão): –3,2%
  • Kospi (Coreia do Sul): –3,3%
  • Hang Seng (Hong Kong): –1,7%
  • Xangai Composto (China): –0,8%
  • Shenzhen (China): –1,0%

Na Europa, o cenário não foi diferente. O Stoxx 600 recuou 1,76% puxado pelos setores bancário e de tecnologia. Outros índices também acompanharam o movimento:

  • FTSE 100 (Londres): –1,27%
  • DAX (Alemanha): –1,74%
  • CAC 40 (França): –1,86%, fechando aos 7.967,93 pontos