
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada pela manhã, trouxe um tom considerado menos conservador pelo mercado. O documento destacou que a política monetária atual “tem contribuído para a queda das expectativas de inflação”, tanto no curto quanto no longo prazo.
O Itaú Unibanco avaliou que o texto demonstra “confiança de que a estratégia de manter a Selic em 15% por período prolongado está funcionando” e projeta início da flexibilização já em janeiro.
Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a comunicação do Banco Central “abre espaço para um afrouxamento gradual da política monetária”, condicionado às informações que virão na próxima reunião, em dezembro.
Commodities sustentam alta e cenário externo ajuda
O avanço das commodities também reforçou o otimismo. O petróleo operava em alta de cerca de 1,2% no exterior, enquanto o minério de ferro subia 0,2% em Dalian, na China.
Nos Estados Unidos, a expectativa de fim da paralisação do governo federal e o alívio dos rendimentos dos Treasuries contribuíram para o aumento do apetite ao risco, beneficiando mercados emergentes.
Segundo Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital, o fluxo internacional favorece a Bolsa brasileira:
“O diferencial de juros do Brasil ainda é muito elevado, e com o Copom sinalizando cortes, o país segue atraente para investidores”, destacou.
Rali pode continuar se cenário permanecer estável
O índice acumula 14 altas consecutivas e 11 recordes seguidos, sustentado pela combinação de inflação controlada e perspectiva de queda dos juros. Mesmo com a correção pontual de ações, analistas acreditam que o rali pode continuar.
Para Fábio Murad, consultor de investimentos da SpaceMoney, “a Bolsa antecipa movimentos de política monetária, e o investidor precisa ter clareza de que ciclos de juros mais baixos sempre favorecem o mercado de renda variável, desde que haja disciplina e foco no longo prazo”.
Takeo, da Potenza, prevê que o Ibovespa pode atingir 180 mil pontos em 2025, caso “nenhum fator drástico” altere o fluxo atual.
Cotações e destaques corporativos
Entre os destaques, Grupo Natura (NATU3) liderava as quedas, com recuo de 14,24% após balanço trimestral. Já Magazine Luiza (MGLU3) disparava 7,13%, acompanhando o otimismo do varejo.
O dólar recuava 0,58%, cotado a R$ 5,27, enquanto o bitcoin operava em queda de 2,9%, a R$ 545 mil.