
O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (5) com forte alta e novo recorde histórico, superando pela primeira vez a marca dos 153 mil pontos. O avanço foi sustentado principalmente pelas ações de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), em um dia de divulgação de balanços corporativos e de expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).
Por volta das 17h28, o principal índice da bolsa brasileira subia 1,75%, aos 153.331 pontos, após atingir a máxima de 153.392 pontos no dia. Na mínima, chegou a recuar até 150.296 pontos.
Segundo o analista técnico Gilberto Coelho, da XP Investimentos, o movimento confirma a tendência de alta do Ibovespa pelas médias de 21 e 200 dias. “Acima dos 151 mil pontos, o índice pode buscar projeções em 152.400 ou até 157 mil por Fibonacci. Teria sinal de realização apenas na perda dos 149.700, mirando suportes em 145 mil ou 140 mil pontos”, afirmou.
Expectativa com a decisão do Copom
Os investidores acompanharam o pregão com atenção redobrada antes do comunicado do Banco Central, que divulga após o fechamento do mercado a decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic. A expectativa majoritária é de manutenção em 15% ao ano, mas o foco está no tom do comunicado.
“Investidores devem prestar muita atenção a qualquer possível mudança no tom do comunicado”, alertou a equipe de análise do Citi em relatório.
Blue chips sustentam a alta
As ações de grande peso no índice, especialmente dos setores de mineração e petróleo, puxaram o Ibovespa para cima.
- VALE ON (VALE3) avançou 1,15%, contrariando o recuo de 0,26% dos contratos futuros de minério de ferro na China.
- PETROBRAS PN (PETR4) subiu 1,36%, mesmo com queda do petróleo no mercado internacional.
O movimento reforça o apetite por papéis de empresas ligadas a commodities, em meio à perspectiva de estabilidade monetária no curto prazo.
Bancos têm desempenho misto
O setor financeiro teve desempenho misto após a temporada de balanços:
- ITAÚ UNIBANCO (ITUB4) recuou 1,33%, após lucro líquido de R$ 11,9 bilhões no terceiro trimestre.
- BRADESCO (BBDC4) ganhou 1,52%,
- BTG PACTUAL (BPAC11) avançou 1,9%,
- BANCO DO BRASIL (BBAS3) subiu 0,76%,
- SANTANDER BRASIL (SANB11) teve alta de 1,01%.
Destaques corporativos
Empresas fora do núcleo de commodities e bancos também se destacaram com resultados trimestrais sólidos:
- C&A MODAS (CEAB3) saltou 8,2%, após lucro líquido de R$ 69,5 milhões.
- GPA (PCAR3) avançou 4,49%, revertendo queda inicial e apresentando lucro líquido de R$ 137 milhões.
- PRIO (PRIO3) subiu 1,14%, com lucro líquido de US$ 64 milhões.
- BRAVA ENERGIA (BRAV3) teve leve alta de 1,2%, e PETRORECONCAVO (RECV3) ficou estável.
Entre as quedas do dia, CSN (CSNA3) caiu 3,72%, mesmo com Ebitda de R$ 3,3 bilhões. CSN Mineração (CMIN3) perdeu 2,35%, com lucro líquido de R$ 696 milhões, enquanto USIMINAS (USIM5) recuou 2% após notícia de venda de participação da Nippon Steel e Mitsubishi para a Ternium.
Fora do Ibovespa, KEPLER WEBER (KEPL3) disparou 6,7%, após proposta da A-AG Holdco para combinação de negócios.
Contexto e perspectivas
O novo recorde reforça a percepção de otimismo gradual do investidor local, com fluxo positivo para renda variável e foco nos balanços corporativos. A manutenção dos juros em patamar elevado ainda impõe cautela, mas a consistência dos resultados e o avanço técnico do índice indicam espaço para novas máximas no curto prazo.