O dólar comercial encerrou a sexta-feira (31) praticamente estável, cotado a R$ 5,38 na venda, com leve variação negativa de 0,01%. Ao longo do dia, a moeda oscilou entre R$ 5,371 na mínima e R$ 5,398 na máxima, refletindo o baixo volume de negociações e o ajuste técnico de fim de mês.
O movimento do câmbio brasileiro contrastou com o desempenho do dólar no exterior, que se fortaleceu frente às principais moedas globais. O índice DXY avançou 0,27%, aos 99,79 pontos, impulsionado pela demanda por segurança e pelas incertezas sobre o ritmo de cortes de juros nos Estados Unidos.
Juros e fluxo externo definem o ritmo do câmbio
No mercado doméstico, o comportamento do dólar foi influenciado pela queda dos juros futuros (DIs) e pelo bom desempenho do Ibovespa, que renovou máxima histórica ao superar 149,4 mil pontos. O cenário local foi apoiado pelos balanços corporativos positivos, especialmente de Vale (VALE3), e pelos dados do IBGE, que mostraram desemprego de 5,6% no trimestre até setembro.
Os investidores também monitoraram a formação da Ptax, referência para contratos de câmbio e derivativos, o que contribuiu para as oscilações pontuais na parte da manhã. Apesar da leve variação, o real segue entre as moedas emergentes mais estáveis do trimestre, sustentado pelo fluxo estrangeiro positivo para a Bolsa e renda fixa.
Notícias Relacionadas
Cenário internacional mantém pressão sobre o dólar
No exterior, o mercado acompanhou a repercussão dos balanços de gigantes de tecnologia, como Amazon e Apple, que impulsionaram os índices em Wall Street. O Nasdaq avançou 4,7% em outubro, e o S&P 500 subiu 2,3%, encerrando o mês em alta. O bom humor global reduziu parte da demanda por dólar, mas a expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve continua sendo o principal fator de atenção dos investidores.
Os contratos futuros de juros americanos projetam cerca de 65% de probabilidade de redução de 0,25 ponto percentual ainda neste ano, segundo o CME FedWatch. Caso o movimento se confirme, o dólar tende a perder força globalmente, favorecendo as moedas emergentes.
Perspectiva para o câmbio
Analistas veem o dólar oscilando entre R$ 5,35 e R$ 5,40 nas próximas sessões, em linha com o ambiente de volatilidade moderada e expectativa de menor pressão inflacionária. O comportamento do câmbio deve continuar condicionado às decisões do Federal Reserve e ao fluxo estrangeiro direcionado à Bolsa brasileira.
Apesar da estabilidade, o câmbio segue acima da média dos últimos meses e mantém atenção redobrada dos investidores quanto ao cenário fiscal doméstico e à dinâmica de juros internacionais.
