
No Brasil, seis em cada dez empresas encerram as atividades em 5 cinco anos. O número já é alarmante por si só, mas um levantamento inédito da SME The New Economy revela um aspecto ainda mais preocupante: 70% dessas empresas quebraram não por falta de dinheiro, mas por falta de inovação. Em outras palavras, tornaram-se irrelevantes no mercado. “Na Nova Economia, quem não inova desaparece. Não importa o tamanho, a marca ou a história. O consumidor muda rápido e exige que as empresas acompanhem essa transformação. Crescer é profissionalizar, diversificar e se preparar para atrair capital, talentos e oportunidades. Essa é a linha que separa as companhias que permanecem vivas e competitivas das que viram apenas estatísticas sobre mortalidade empresarial”, afirma Theo Braga, CEO da SME The New Economy.
Diante desse cenário de alta mortalidade e da constatação de que a irrelevância pesa tanto quanto a falta de caixa, a SME The New Economy estruturou um guia prático com os principais pontos de atenção para qualquer companhia que queira manter-se competitiva. A lógica é simples: sobreviver na Nova Economia não é questão de sorte, e sim de método. “A inovação precisa deixar de ser palavra da moda e se tornar prática diária, capaz de gerar resultado e sustentabilidade para o negócio”, resume o CEO.
A seguir, Theo Braga lista 10 passos para garantir que uma empresa permaneça relevante e preparada para o futuro:
1. Coloque o cliente no centro
Nenhum negócio sobrevive sem compreender profundamente o comportamento do seu consumidor. Isso vai muito além de pesquisas pontuais: exige processos contínuos de escuta, testes baseados em dados reais e disposição para mudar quando o mercado indica novas demandas. Sem essa base, qualquer tentativa de inovação se torna apenas cosmética
2. Vá além do produto: crie experiências
Na Nova Economia, um bom produto é apenas o começo. As marcas que prosperam são as que transformam o consumo em experiência. Cacau Show e Bauducco entenderam isso ao criarem ambientes imersivos que ampliam a conexão emocional com o cliente, prova de que até itens tradicionais podem ser reinventados com vivências diferenciadas.
3. Adapte-se aos novos canais
Empresas precisam acompanhar a forma como as pessoas compram, se relacionam e consomem conteúdo. A Ambev percebeu essa mudança e criou o Zé Delivery, levando conveniência e rapidez para a palma da mão do consumidor. Negócios que ignoram os canais digitais tornam-se invisíveis, mesmo com boa reputação fora deles.
4. Inove além da tecnologia
Inovação não se limita a criar aplicativos ou usar inteligência artificial. Também envolve repensar modelos de negócio, experimentar novos formatos de entrega e revisar processos internos. Muitas companhias ficam presas a ferramentas, esquecendo que inovar é uma mentalidade que deve permear toda a organização.
5. Mantenha leitura constante do mercado
A falta de sintonia com a demanda é um dos maiores motivos de fracasso. Um estudo recente mostra que 38% das startups quebram por oferecer produtos sem mercado. Monitorar tendências, mapear concorrentes e validar hipóteses reduz riscos e amplia as chances de relevância.
6. Fortaleça a cultura da empresa
A inovação não floresce em ambientes engessados. É preciso criar uma cultura que permita experimentar, tolerar erros e incentivar novas ideias. Sem esse espaço, os times repetem fórmulas antigas e perdem competitividade. Cultura inovadora é tão estratégica quanto o planejamento financeiro.
7. Diversifique receitas e modelos
Depender de uma única fonte de faturamento torna o negócio vulnerável a crises. A diversificação protege o caixa e abre espaço para expansão. Novos produtos, parcerias ou modelos de assinatura ajudam a blindar a operação e ampliar oportunidades.
8. Invista em capacitação contínua
A taxa de inovação da indústria brasileira caiu para 64,6%, reflexo da baixa prioridade dada à formação de líderes e equipes. Negócios que investem em aprendizado permanente estão mais preparados para identificar oportunidades e reagir a crises de forma estruturada.
9. Use dados para decidir
Empresas que não trabalham com métricas navegam às cegas. A coleta e análise de dados deixaram de ser diferenciais, são exigências básicas da Nova Economia. Medir comportamento, eficiência e retorno sobre investimento garante agilidade e vantagem competitiva.
10. Tenha visão de longo prazo
Muitos negócios sucumbem pela pressa do resultado imediato. Inovação requer consistência e visão de futuro. Construir ativos intangíveis, como marca, governança e reputação, é o que assegura longevidade. Entender que resultado é também valuation, e não só receita, é o passo decisivo para atravessar ciclos de mercado
“O empresário brasileiro precisa compreender que inovar não é luxo, é sobrevivência. A Nova Economia cobra relevância todos os dias, e quem não acompanha o ritmo fica para trás”, reforça Braga. Se antes a sobrevivência dependia de crédito e capacidade operacional, hoje ela exige reinvenção constante, construção de valor e ativos que sustentem o crescimento em um mercado de transformação permanente.