Gráfico do preço do Bitcoin e ETFs de Bitcoin que pagam dividendos
Imagem: Gemini Pro

O Bitcoin (BTC) opera próximo à zona de resistência dos US$ 115 mil, e analistas projetam que o mês de novembro poderá marcar um novo impulso de alta, impulsionado pelo apetite institucional e pela entrada constante nos ETFs de Bitcoin que pagam dividendos.

Segundo dados recentes do mercado, outubro registrou entradas líquidas de US$ 3,69 bilhões nesses fundos, elevando o total para mais de US$ 62 bilhões sob gestão. Esse movimento reforça a tese de que o fluxo institucional permanece ativo, mesmo em um cenário de incerteza macroeconômica.


O padrão histórico de novembro e o fator ETF

Historicamente, novembro é um dos meses mais fortes para o Bitcoin, com um retorno médio de 11,2%. Mas, neste ano, os investidores têm um novo componente: a presença dos ETFs lastreados em Bitcoin que distribuem dividendos — um modelo que aproxima o universo cripto da lógica de renda passiva consolidada nos mercados tradicionais.

“O investidor inteligente entende que o jogo mudou. Agora é possível ter renda em dólar com ativos ligados ao Bitcoin, sem precisar operar diretamente o criptoativo”, afirma Fábio Murad, CEO da SpaceMoney e criador do método Super ETF.

Murad explica que esses ETFs combinam a valorização do ativo digital com estratégias de geração de renda recorrente, como operações de covered call, prática comum nos fundos de dividendos americanos.

“Os ETFs de Bitcoin que pagam dividendos representam o melhor dos dois mundos: exposição a um ativo de crescimento e previsibilidade de caixa. É a forma mais eficiente de transformar volatilidade em renda”, completa.

Retornos Mensais Históricos do Bitcoin. Fonte: CryptoRank

Bitcoin enfrenta resistência e prepara terreno

O preço do Bitcoin está em US$ 114.500, levemente abaixo da resistência técnica de US$ 115 mil. Se romper esse nível, o próximo alvo pode ser US$ 120 mil, e, no cenário mais otimista, US$ 140 mil até o fim de novembro.

Análise de Preço do Bitcoin. Fonte: TradingView

Dados on-chain indicam um suporte sólido em US$ 111 mil, região em que grandes investidores voltaram a acumular posições. O “heatmap” de custo-base do Bitcoin mostra que o ativo está consolidando terreno, enquanto os fundos institucionais continuam a absorver oferta — especialmente via ETFs de renda.

“Esses ETFs trouxeram o Bitcoin para o universo da renda previsível. E isso muda tudo. Quando o investidor recebe dividendos de um ETF atrelado a Bitcoin, ele começa a encarar o ativo com mentalidade de longo prazo, e não mais de especulação”, destaca Murad.


A visão de longo prazo e o investidor de bom senso

A estratégia de diversificar via ETFs que distribuem dividendos também ecoa os princípios defendidos por John Bogle, criador dos fundos de índice e autor de O Investidor de Bom Senso. Para Bogle, o segredo está em possuir o mercado inteiro e minimizar custos, evitando o “jogo perdedor” da especulação de curto prazo.

Murad aplica essa filosofia ao cenário atual das criptomoedas:

“Quem pensa com visão de Bogle entende que o objetivo não é adivinhar o próximo topo, mas construir riqueza com disciplina. O investidor que une Bitcoin com ETFs de dividendos está, na prática, aplicando a mesma lógica dos grandes fundos americanos — mas com um toque de modernidade.”

Fluxos Líquidos de ETF de Bitcoin. Fonte: Farside

Conclusão: renda passiva como escudo em tempos voláteis

Mesmo com a volatilidade típica do mercado cripto, a busca por estruturas de renda estável cresce entre investidores que desejam dolarizar parte do portfólio sem abrir mão da inovação.

Murad resume:

“O Bitcoin continuará sendo um ativo de risco, mas o investidor que usa ETFs inteligentes — especialmente os que pagam dividendos — transforma essa volatilidade em vantagem. É a diferença entre especular e construir patrimônio.”