O presidente afirmou nesta sexta-feira (24) que a declaração em que chamou traficantes de “vítimas” foi “mal colocada”. A retratação ocorreu após críticas de parlamentares e repercussão negativa nas redes sociais.
Durante coletiva de imprensa em Jacarta, na Indonésia, o presidente havia dito que “traficantes são vítimas de usuários”. A frase foi interpretada como uma tentativa de relativizar o crime de tráfico, o que gerou forte reação de opositores e setores da sociedade civil.
Retratação nas redes sociais
Poucas horas depois, o presidente publicou um esclarecimento na plataforma X (antigo Twitter), dizendo que “mais importante do que as palavras são as ações”. Ele reforçou que o governo tem promovido a maior operação da história contra o crime organizado.
“Fiz uma frase mal colocada nesta quinta e quero dizer que meu posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado”, escreveu o presidente.
Ele também citou o envio da PEC da Segurança ao Congresso Nacional e destacou recordes de apreensão de drogas sob sua gestão, como exemplos do compromisso do governo no combate à criminalidade.
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Repercussão política
A declaração original foi feita após uma pergunta sobre as falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que defendeu ações militares contra grupos de narcotráfico. Ao responder, o chefe do Executivo brasileiro disse que muitos traficantes são vítimas das circunstâncias do consumo e das desigualdades sociais.
A fala foi criticada por líderes da oposição, entre eles o deputado Luciano Zucco (PL-RS), que afirmou que o presidente “defendeu criminosos enquanto ignora as vítimas do tráfico de drogas”.
“Defender traficante é o fim de tudo”, declarou Zucco. “Enquanto o país enfrenta uma escalada de violência, o presidente prefere tratar criminosos como vítimas.”
Contexto e bastidores
A polêmica ocorre no momento em que o governo tenta fortalecer sua imagem de rigor no combate ao crime e ampliar o apoio à PEC da Segurança, que visa reestruturar o financiamento de operações policiais e ampliar a integração entre forças federais e estaduais.
O comentário, feito em viagem à Ásia, acabou dominando o debate político no Brasil e levou o Planalto a agir rapidamente para conter o desgaste. Assessores próximos afirmaram que a retratação buscou “corrigir o tom” e reafirmar o compromisso do governo com o cumprimento da lei e a segurança pública.
