Gráfico com tendência de queda e risco de short squeeze em ações brasileiras em 2025.
Gráfico mostra volatilidade nas ações brasileiras e risco de alta repentina em 2025. (Fonte: Gemini Pro)

Relatório identifica empresas e setores com maior risco técnico

Um novo relatório do JPMorgan Chase & Co. aponta que a Bolsa brasileira pode passar por episódios de short squeeze em 2025, com movimentos bruscos provocados por reposicionamento técnico de investidores.

Mesmo após um forte desempenho no ano — alta de 27% no MSCI Brasil e 18% no Ibovespa —, o banco alerta que o otimismo não elimina o risco de volatilidade de curto prazo, especialmente em empresas com grande volume de apostas contra suas ações.


O que é um short squeeze

O fenômeno de short squeeze ocorre quando uma subida repentina nos preços força investidores que apostaram na queda de um ativo a recomprar as ações, intensificando ainda mais a alta.

Segundo o JPMorgan, esse tipo de movimento é menos comum no Brasil devido à menor liquidez e custos operacionais mais elevados, mas já impactou o mercado diversas vezes em 2025.


Setores mais vulneráveis

O estudo do banco mostra que os segmentos de consumo discricionário e bens essenciais lideram em volume de posições vendidas (short interest), com índices acima de 8%.
Enquanto isso, os setores de energia e telecomunicações exibem níveis mais baixos, próximos de 5%.

Dentro do setor de consumo, Raízen (RAIZ4), MRV (MRVE3), Magazine Luiza (MGLU3) e Vivara (VIVA3) aparecem entre as empresas mais vendidas — todas com posições superiores a 20% do free float.
Já em bens essenciais, GPA (PCAR3) e SLC Agrícola (SLCE3) também ultrapassam essa marca.


Ações com maior potencial de alta forçada

De acordo com o levantamento, o JPMorgan destaca sete ações com recomendação overweight (exposição acima da média) e risco elevado de short squeeze:

  • Raízen (RAIZ4)
  • Vamos (VAMO3)
  • Vivara (VIVA3)
  • PetroReconcavo (RECV3)
  • Brava Energia (BRAV3)
  • Cyrela (CYRE3)
  • Azzas 2154 (AZZA3)

Empresas como Engie Brasil (EGIE3), Taesa (TAEE11), Auren (AURE3) e CSN Mineração (CMIN3) também se destacam por apresentarem maior número de dias necessários para cobrir posições vendidas, um indicador clássico de vulnerabilidade a movimentos técnicos intensos.


Gráfico: empresas com maior risco de short squeeze

Empresas com maior volume de posições vendidas em relação ao free float (barras azuis) e número de dias necessários para cobertura (days to cover, marcadores vermelhos). (Fonte: JPMorgan)

Perspectiva do mercado para 2025

O JPMorgan aponta que os principais vetores de longo prazo seguem sendo o início do ciclo de cortes de juros e as eleições de 2026, mas ressalta que o reposicionamento técnico tornou-se um dos gatilhos predominantes do mercado neste ciclo.

“Os fatores técnicos estão ditando o ritmo dos preços, muitas vezes acima dos fundamentos econômicos”, afirma o relatório do banco.