Na sexta-feira (10), o dólar comercial fechou com variação de 2,3%, valendo R$5,5023, após ter começado o dia cotado a R$5,3786.
O dólar iniciou esta segunda-feira (13) cotado a R$5,5284.
Acompanhe nossa análise diária.
Confira a cotação do dólar em tempo real
Agenda de hoje – segunda, 13 de outubro de 2025
Exterior
- 00h00 – China – Balança comercial (set)
- 08h05 – Reino Unido – Dirigente do BoE, Megan Greene discursa em conferência anual da Society of Professional Economists
- 13h55 – EUA – Presidente do Fed de Filadélfia, Anna Paulson discursa em evento do Nabe
- 16h10 – EUA – Dirigente do BoE, Catherine Mann discursa sobre política monetária em evento da Nabe
- Sem horário definido – Áustria – Opep divulga relatório mensal de petróleo (set)
- Dia todo – Reuniões anuais do FMI e Banco Mundial
Brasil
- 08h25 – Bacen: Boletim Focus (semanal)
- 15h00 – Secex: Balança comercial (semanal)
Desempenho das moedas na sessão anterior
Na sexta (10), o dólar comercial (compra) fechou com variação de 2,4%, cotado a R$5,5025, após ter começado o dia cotado a R$5,3745.
O que influencia o dólar hoje?
Os mercados globais iniciam a semana em tom misto, reagindo à redução da temperatura da guerra comercial entre Estados Unidos e China e à valorização das commodities. O ambiente segue tenso, mas com algum alívio após dias de forte volatilidade.
No Brasil, as atenções se voltam às negociações políticas em torno da compensação fiscal e à agenda econômica do governo, que busca recompor receitas após a derrubada da MP do IOF.
A combinação de alívio internacional e desafios domésticos define o tom dos mercados, com investidores ainda cautelosos diante de um cenário global incerto e de incertezas fiscais internas.
EUA e China recuam depois de escalada nas tensões
A cúpula pela paz em Gaza acabou dividindo atenções com a tensão entre Washington e Pequim. Donald Trump ameaçou impor tarifas de 100% sobre produtos chineses, em retaliação às medidas chinesas sobre exportação de terras raras.
Pequim respondeu prometendo medidas de retaliação, mas manteve a disposição ao diálogo, buscando conter o impacto econômico da escalada. A fala conciliadora de Trump, afirmando que “tudo ficará bem”, ajudou a amenizar o clima.
Essa trégua parcial reduziu temores de uma nova guerra comercial e trouxe algum alívio às bolsas internacionais, embora o cenário siga sujeito a reviravoltas diplomáticas e decisões políticas imprevisíveis.
As commodities corrigem as quedas da última sexta-feira e isso pode ser positivo para o Brasil
Os futuros de Nova York operam em alta, impulsionados pela trégua comercial e pela valorização do petróleo, que sobe mais de 1,5% com apoio do relatório mensal da Opep.
Na Europa, os mercados também se beneficiam do clima de reconciliação entre as duas maiores potências econômicas, enquanto os investidores aguardam a próxima safra de balanços corporativos.
A recuperação das commodities, especialmente o petróleo e o minério de ferro, contribui para uma melhora generalizada no sentimento de risco, ainda que as incertezas, que ainda rondam o mercado, limitem os ganhos.
No Brasil, o fiscal está sempre no radar e a política também
No cenário doméstico, o foco recai sobre as alternativas de arrecadação após a rejeição da MP do IOF. O governo busca novas formas de recompor receitas para evitar ampliar o déficit fiscal.
Fernando Haddad participa de audiência no Senado às 10h00 para discutir o projeto que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda, enquanto outras medidas compensatórias, alternativas à MP 1303, seguem em estudo.
A discussão fiscal ocorre em meio à tentativa de estabilizar expectativas e preservar a credibilidade da política econômica, pressionada por ruídos políticos e resistência do Congresso a novos aumentos de impostos.
De modo geral, a melhora na avaliação do presidente Lula, apontada pelas pesquisas mais recentes, tornou ainda mais difícil a aprovação de projetos de interesse do Executivo. Longe de atuar para proteger a sociedade de novos impostos, o Congresso agora parece concentrar-se apenas em evitar novas vitórias do governo.
A relação comercial com os EUA pode melhorar apesar da escalada das tensões comerciais com a China
As negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos avançam após o pedido brasileiro para suspender tarifas sobre produtos nacionais. O tema ganhou fôlego após conversas entre Lula, Trump e Alckmin.
O vice-presidente Geraldo Alckmin demonstrou otimismo quanto à possibilidade de acordo, destacando o impacto positivo que isso teria sobre os exportadores e sobre o setor industrial.
Uma eventual redução tarifária poderia aliviar custos e ampliar a competitividade brasileira, em um momento em que o país busca fortalecer sua inserção nas cadeias globais de valor e reduzir os déficits na conta de transações correntes.
Perspectivas econômicas e sentimento de mercado
O alívio internacional e a valorização das commodities devem apoiar o desempenho do Ibovespa e do real no curto prazo. No entanto, o humor dos investidores segue condicionado à definição de medidas fiscais concretas.
A expectativa é de que o governo avance em propostas de equilíbrio orçamentário, enquanto o mercado monitora os desdobramentos das negociações entre Brasil, EUA e China.
Com a agenda global marcada por reuniões do FMI e do Banco Mundial, e o cenário doméstico ainda instável, os próximos dias devem ser decisivos para calibrar o apetite por risco nos mercados emergentes.