Às 15h20 (Brasília), o Bitcoin (BTC) subia 1,9%, a US$ 114.138, depois de tocar US$ 102.000 na noite de sexta. O alívio veio com a mensagem de Donald Trump de que “tudo ficará bem” nas relações com Pequim, o que ajudou a melhorar o sentimento e elevou em cerca de US$ 150 bilhões o valor total do mercado, que volta a se aproximar de US$ 4 trilhões (dados CoinMarketCap).
Altas lideradas por grandes tokens
- Ethereum (ETH): +8,3% nas últimas 24h, cotado a US$ 4.141.
- BNB: +10,6%, a US$ 1.298; Solana (SOL): +6,7%, a US$ 195,12; Dogecoin (DOGE): +8%, a US$ 0,2083.
- XRP: +2,5%, a US$ 2,53; Cardano (ADA): +6%, a US$ 0,69.
Contexto: da “sangria” ao repique
Na sexta, o setor viveu o maior episódio de liquidação de posições compradas da história, com US$ 19 bilhões varridos de contas de traders — movimento que derrubou cotações e abriu espaço para o repique quando o ruído político arrefeceu. Um caso chamou atenção: um desconhecido lucrou centenas de milhões de dólares ao montar uma posição vendida meia hora antes do anúncio de Trump.
O que está por trás do movimento
Política externa como gatilho, liquidez como combustível
A sinalização mais branda de Trump reduziu o prêmio de risco de curto prazo e devolveu liquidez a ativos mais voláteis, como cripto. A reação positiva do mercado é atrelada diretamente ao post do ex-presidente.
“Mercado real” vs. “mercado das expectativas”
Como lembra John Bogle em O investidor de bom senso, retornos de longo prazo derivam do “mercado real” (lucros e dividendos), enquanto oscilações de curto prazo vêm do “mercado das expectativas” — emoções e múltiplos (P/L). Em suas palavras, no curto prazo a Bolsa é uma “máquina de votar”; no longo, uma “máquina de pesar”. O alerta vale em cripto: repiques táticos não substituem fundamentos e gestão de risco.
O que isso significa para o investidor brasileiro
Disciplina e diversificação em moeda forte
Para Fábio Murad (método Super ETF), o brasileiro deve priorizar diversificação global, custos baixos e geração de renda em dólar com estratégias sistemáticas (ex.: ETFs + covered calls), evitando decisões impulsivas guiadas por manchetes. O plano de ação ressalta que volatilidade doméstica e cambial tornam essencial “medir riqueza em moeda forte”.
3 pontos práticos
- Não persiga o preço: movimentos de +5% a +10% em 24h são comuns após liquidações. Espere confirmação e defina níveis de risco. (Bogle: minimize giro e custos.)
- Portfólio-base em ETFs: usar cripto como satélite de risco, não como núcleo — núcleo ancorado em ETFs amplos (S&P 500/Dividendos) e caixa tático em dólar.
- Processo > palpite: quem opera cripto pode estruturar regras objetivas de posição, hedge e alvos de realização. Evite “all-in” após sinal político.
Panorama do dia em uma frase
Cripto recupera parte das perdas com sinal político e short squeeze, mas a lição segue a mesma: gestão de risco, custos baixos e disciplina vencem no tempo.