Queda em Wall Street com VIX em alta após Trump ameaçar novas tarifas contra a China.
Pregão em Nova York em dia de forte aversão a risco após fala de Trump sobre tarifas à China. (Fonte: IA)

Em um pregão de forte aversão a risco, Wall Street virou para queda após novas declarações de Donald Trump sobre tarifas contra a China. No fechamento: Dow Jones −1,90% (45.479,60), S&P 500 −2,71% (6.552,51) e Nasdaq −3,56% (22.204,43). O “índice do medo” VIX saltou até 33%, para 21,85 pontos. Os três benchmarks acumulam perdas semanais acima de 2%.

O que virou o mercado

No meio da tarde, Trump afirmou no Truth Social que “será forçado” a reagir financeiramente a uma “ordem hostil” da China e disse avaliar “um aumento massivo de tarifas” sobre produtos chineses, além de outras contramedidas. Ele também indicou que não vê motivo para se reunir com Xi Jinping na APEC, na Coreia do Sul.

Além disso, o presidente mencionou que Pequim teria enviado cartas a governos pelo mundo sobre possíveis controles de exportação de insumos ligados a terras raras — tema que aumentou a aversão ao risco global.

Leitura dos traders

Para Jeff Kilburg (KKM Financial), “as expectativas de um acordo comercial com a China foram descartadas”, e a sessão ficou dominada por realização de lucros, segundo a Reuters.

Por que isso importa para o investidor

  • Tarifas e cadeias globais: o risco de novas tarifas amplia incertezas sobre custos e margens de empresas expostas a cadeias globais (tecnologia, manufatura, consumo).
  • VIX acima de 20: patamar que costuma vir acompanhado de maior volatilidade intradiária e spreads mais largos.
  • Semana negativa: o recuo semanal acima de 2% repõe o debate sobre rotação setorial e proteção tática via caixa e hedge.

Contexto: estratégia e disciplina contam mais que o ruído

Em choques de curto prazo, a regra de ouro é separar economia real de mercado das expectativas. John Bogle, da Vanguard, lembra que o “jogo vencedor” é possuir o mercado com custos baixos e paciência — e evitar a tentativa cara de prever o humor diário dos preços.

“Use o bom senso, entenda o sistema e elimine custos excessivos.” — John C. Bogle

Do lado prático para quem investe do Brasil, dolarizar parte do portfólio via ETFs líquidos e, quando fizer sentido, gerar renda com covered calls é uma forma de atravessar períodos turbulentos ganhando escala em moeda forte, como defende Fábio Murad no método Super ETF.

“É para quem quer viver de renda em dólar, operando com confiança, com controle e com clareza.” — Fábio Murad

O que observar a seguir

  • Sinalizações da Casa Branca e de Pequim sobre tarifas e terras raras (impacto direto em semicondutores, renováveis e defesa).
  • VIX: permanência acima de 20 pode manter a volatilidade elevada e prêmios de opção mais gordos — bom para quem vende calls cobertas, ruim para quem esconde risco não travado.
  • Fluxo setorial: tecnologia e consumo discricionário tendem a sentir mais; setores defensivos podem ganhar tração em janelas de estresse.