O Ibovespa segue renovando máximas históricas e já se aproxima de níveis que, até pouco tempo, pareciam distantes. O principal índice da bolsa brasileira pode atingir a marca dos 170 mil pontos nos próximos meses, impulsionado pelo cenário de corte de juros nos Estados Unidos e pela expectativa de flexibilização monetária no Brasil. Mas, segundo analistas, quem esperar a Selic cair para investir pode acabar ficando para trás.
Fed abre espaço para cortes no Brasil
Na semana passada, o Federal Reserve reduziu os juros americanos em 25 pontos-base, movimento que reforçou a liquidez global e aumentou o apetite dos investidores por risco. Para a analista Larissa Quaresma, da Empiricus, esse ajuste abre caminho para que o Banco Central do Brasil inicie cortes na Selic já em dezembro. “Países emergentes se beneficiam quando o custo de capital nos EUA cai, e isso gera força adicional para um ciclo de queda por aqui”, afirma.
A antecipação do mercado
Um erro comum entre investidores é esperar a confirmação do corte para entrar na bolsa. O problema é que o mercado antecipa. À medida que cresce a expectativa de Selic mais baixa, o valor das ações já sobe. Quaresma explica: “quando for investir, o Ibovespa pode não estar mais em 144 mil pontos, mas em 160 ou até 170 mil. É um bom momento para se posicionar, porque ainda há espaço de valorização”.
Benefícios da Selic em queda
Os efeitos da Selic mais baixa são claros: a renda fixa perde atratividade, empresas conseguem financiar sua expansão a custos menores, o endividamento corporativo cai, a atividade econômica aquece e, em consequência, os lucros e dividendos crescem. Tudo isso fortalece o ciclo de valorização das ações. Para o investidor, trata-se de um ponto de inflexão importante.
Diversificação é chave
Nesse ambiente, a escolha das ações certas pode fazer diferença, mas também aumenta os riscos. É por isso que muitos investidores optam por estratégias mais amplas e diversificadas. Como lembra John Bogle, criador do primeiro fundo de índice, “o caminho para o sucesso não é tentar prever o mercado, mas capturar os retornos que as empresas geram no longo prazo”.
Super ETF como alternativa prática
Segundo Fábio Murad, CEO da SpaceMoney e criador do método Super ETF, a diversificação inteligente é o que separa investidores de sucesso daqueles que ficam à mercê de ruídos de curto prazo. “Com ETFs globais, o investidor acessa setores estratégicos, reduz risco e ainda se posiciona em moedas fortes, como o dólar”, explica. Em momentos de transição da política monetária, isso pode ser a diferença entre ganhar muito ou perder oportunidades.
Oportunidade de longo prazo
O investidor de bom senso, como defende Bogle, entende que movimentos de juros são apenas ciclos. O que realmente importa é estar posicionado em ativos produtivos que crescem com a economia. E esse é o cerne do Ibovespa em alta: o mercado já precifica empresas que terão ganhos sustentáveis no futuro.
Como se proteger do atraso
Quem aguarda “o momento perfeito” muitas vezes chega atrasado. O índice já sobe antes da decisão oficial do Copom, e o investidor que fica de fora acaba comprando mais caro. A recomendação de especialistas é clara: entrar de forma gradual, diversificando e evitando apostas concentradas. ETFs, novamente, são a forma mais prática de fazer isso.
O investidor global
Outro ponto destacado por Murad é que “o investidor brasileiro precisa pensar além do Ibovespa. Ao diversificar globalmente, ele reduz riscos locais e amplia seu potencial de retorno”. Esse pensamento é o mesmo que Bogle defendia em sua filosofia de simplicidade e diversificação: o futuro pertence a quem investe no mundo real, em empresas sólidas, e não apenas em especulação de curto prazo.