O Copom deve manter a Selic em 15% nesta semana. Entre gestores consultados pela XP, o consenso para o longo prazo melhorou: a taxa ao fim de 2026 passou de 12,6% para 12,25%. Lá fora, o mercado espera corte de 0,25 p.p. pelo Federal Reserve (Fed).
O que mudou na pesquisa da XP
A XP ouviu 25 gestoras multimercado macro em seu Pré-Copom de setembro. O grupo é unânime na manutenção da Selic agora e revisou para baixo o juro projetado para 2026.
Fed em modo corte e dólar fraco
Após elevar os juros ao maior nível em duas décadas, o Fed iniciou um ciclo de cortes que levou a taxa para 4,25%–4,50%. O próximo passo deve ser novo corte de 0,25 p.p. A dúvida é quantas reduções ainda virão em 2025.
Esse pano de fundo favorece moedas de emergentes e reforça a tese de dólar fraco. Em setembro, 68% dos gestores estavam comprados em real, ante 41% no levantamento anterior.
Posicionamento em juros: giro para “aplicar”
A leitura é que o ciclo de alta terminou. Por isso, 71% dos gestores declararam estar aplicados em juro nominal em setembro — avanço expressivo frente a 46% em julho e 17% em janeiro. Esse tipo de posição ganha com a queda da Selic.
Inflação perde fôlego; PIB resiste
As projeções para o IPCA vêm cedendo ao longo do ano e, em setembro, chegaram a 4,79%, a mínima de 2025 até aqui — ainda acima da meta de 3%, mas em trajetória de ancoragem.
Para o PIB, a mediana aponta crescimento de 2,28% em 2025. O dado está levemente abaixo do levantamento anterior (2,35%), porém acima de janeiro (2,06%), refletindo maior resiliência da atividade global.
Por que isso importa ao investidor
Cortes graduais nos EUA aliviam o risco global e incentivam apetite a risco. Com inflação doméstica em queda e dólar mais fraco, o juro real tende a convergir no horizonte relevante — cenário que pode beneficiar a renda variável e alongar a parte longa da curva.
“Em ciclos de transição de juros, a disciplina vence a ansiedade. Diversifique, respeite seu horizonte e deixe os juros trabalharem a seu favor.” — Fábio Murad, Super ETF.