Bolsa sobe com apoio de commodities e expectativa por corte de juros nos EUA
O Ibovespa voltou a renovar máximas nesta terça-feira (16), impulsionado pelo tom positivo das commodities e pela leitura de que o Federal Reserve pode iniciar um ciclo de cortes já nesta quarta. Na máxima intradiária, o índice tocou 144.584,10 pontos (+0,72%), superando a marca histórica alcançada ao longo da sessão anterior (144.193,58 pontos; +1,35%).
Sinal de afrouxamento monetário nos EUA sustenta apetite a risco
Apesar do viés de baixa das bolsas em Nova York após o fechamento recorde da véspera, a expectativa de um comunicado mais dovish do Fed manteve o fluxo para ativos de risco no Brasil, avaliam estrategistas. Dados mais fortes do que o esperado no varejo e na produção industrial dos EUA em agosto reforçaram a resiliência da atividade, enquanto o índice de confiança das construtoras ficou estável em 32 em setembro (consenso: 33).
Brasil: emprego apertado e Selic em foco
No front doméstico, a taxa de desemprego ficou em 5,6% no trimestre até julho, no piso das projeções, confirmando mercado de trabalho aquecido. O quadro sustenta cautela quanto à trajetória da Selic (15% a.a.) e reduz apostas de corte imediato pelo Copom em 2025, segundo economistas ouvidos.
Commodities: petróleo e minério ajudam, mas desempenho é misto
O petróleo Brent avançava cerca de 0,70% antes da decisão do Fed, sustentando os papéis da Petrobras — que viraram para ganhos modestos (+0,35% PN; +0,12% ON) após abrirem mais fortes. O minério de ferro subiu 0,82% em Dalian, mas Vale recuava 0,17% após a alta da véspera.
Política externa no radar
No campo geopolítico, declarações de autoridades norte-americanas sobre possíveis medidas contra o Brasil voltaram ao radar e são monitoradas por investidores — um vetor de cautela adicional para o câmbio e ativos locais.
Como o pregão evoluiu
- Segunda (fechamento): +0,90%, aos 143.546,58 pontos — recorde de fechamento.
- Terça (11h14): +0,28%, aos 143.942,98 pontos, com nova máxima intradiária em seguida (144.584,10).
O que acompanhar a seguir
- Decisão do Federal Reserve e tom do comunicado.
- Repercussão dos dados de atividade nos EUA.
- Leituras domésticas de emprego, renda e inflação de serviços — peças-chave para a sinalização do Copom.