A Azul (AZUL4) conquistou aprovação de um tribunal americano para seu acordo com a AerCap, principal arrendadora da companhia no processo de Chapter 11. Segundo a aérea, este entendimento gerará mais de US$ 1 bilhão em economias na operação da frota.
Além disso, a decisão permite a rejeição de múltiplos contratos de arrendamento e ajustes de acordos ligados à frota. De acordo com a empresa, essas medidas trazem cortes adicionais de custos e, ao mesmo tempo, preservam o número total de aeronaves, rotas e capacidade de atendimento, visto que parte dos ativos rejeitados já não operava.
A AerCap representa a maior lessor de aviões do mundo e, sem dúvida, concentra a maior parte das obrigações de leasing da Azul. O aval judicial para o acordo constitui peça central do plano de reestruturação, uma vez que endereça compromissos de longo prazo e otimiza a estrutura da frota.
Este avanço acontece logo após a companhia obter, no fim de julho, aprovação final para US$ 1,6 bilhão em financiamento DIP. Tais recursos sustentarão as operações durante a reestruturação e, bem como, apoiarão o plano de transformação acelerada.
Em síntese, a combinação de DIP aprovado e acordo com a AerCap não apenas cria folga de caixa, mas também melhora a previsibilidade de custos de frota. O mercado considera esta etapa essencial para a saída organizada do processo nos próximos meses.
O que muda para a Azul e para o investidor
Para a Azul, o acordo reduz pressão no cash burn e, por conseguinte, alinha a malha a um perfil de custos mais sustentável. Não só a rejeição de contratos inativos, como também a renegociação com a principal arrendadora elevam a eficiência operacional no curto e médio prazo.
Para o investidor, apesar disso, o caso depende de execução. Os próximos marcos incluem a implementação dos termos com a AerCap, a trajetória do DIP e, em seguida, o cronograma do plano no tribunal. Em outras palavras, o noticiário de fleet plan e de demanda continuará guiando expectativas sobre alavancagem e geração de caixa.
No cenário base, a aprovação de hoje mitiga riscos e, acima de tudo, ancora a tese de normalização. No entanto, preços de combustível, câmbio e ritmo de retomada de receita permanecem como variáveis críticas para a leitura de AZUL4 até a conclusão do Chapter 11.