Balanço

PetroReconcavo (RECV3) eleva lucro no 2T25, mas receita e Ebitda recuam

Lucro sobe 75% a/a; receita cai 2% e Ebitda recua 16%, com pressão em petróleo e alívio no gás

PetroReconcavo (RECV3)
Operações de exploração de petróleo em campo onshore da PetroReconcavo, empresa que reportou alta de 75% nos lucros do segundo trimestre de 2025 | Crédito: Divulgação

A PetroReconcavo (RECV3) reportou lucro líquido de R$ 238 milhões no 2º trimestre de 2025. Este valor representa uma alta de 75% na comparação anual. A princípio, a performance refletiu efeitos não recorrentes e disciplina financeira. No entanto, a receita líquida somou R$ 806,3 milhões (-2% a/a). O Ebitda alcançou R$ 373,7 milhões (-16% a/a), com margem de 46,4% (-7,8 p.p.). Isto é, os números indicam uma compressão de rentabilidade.

Por produto, a receita de petróleo atingiu R$ 498,1 milhões. Isso representa uma queda de 7% ano a ano e de 11% frente ao trimestre anterior. Em outras palavras, o segmento sofreu com preços realizados mais baixos e dinâmica de volumes. Por outro lado, a receita de gás natural somou R$ 305,9 milhões, alta de 7% a/a e de 1% t/t. Sem dúvida, esta alta foi amparada por contratos indexados e demanda resiliente.

Ainda assim, os custos operacionais e royalties pesaram sobre as margens no período. Além disso, a combinação de mix menos favorável e normalização de preços internacionais reduziu a geração operacional medida pelo Ebitda. Como resultado, a empresa encerrou o trimestre com rentabilidade menor em relação ao ano anterior.

No comparativo sequencial, a queda da linha de petróleo limitou o crescimento consolidado. Da mesma forma, manutenções e paradas programadas em ativos onshore afetaram os resultados. Assim como em trimestres anteriores, o faturamento de gás atuou como amortecedor, conferindo maior previsibilidade de caixa.

Para investidores, o balanço indica um perfil mais defensivo no curto prazo, a fim de atravessar a volatilidade do Brent. Acima de tudo, a trajetória de produção, eficiência de lifting costs e disciplina de capex seguem como vetores-chave para estabilizar margens e sustentar o fluxo de caixa.

Perspectivas futuras

A companhia entra no 3T com foco em eficiência operacional. Não apenas isso, mas também prioriza projetos de maior retorno. Ainda assim, a volatilidade dos preços internacionais pode manter a pressão sobre receitas de óleo.

Dessa forma, contratos de gás e eventuais revisões de indexadores tendem a seguir relevantes para amortecer oscilações. Por outro lado, avanços em produtividade e redução de perdas podem recompor margens ao longo do semestre.

Em resumo, a combinação de disciplina financeira, execução de capex e normalização de preços deve determinar o ritmo de recuperação do Ebitda e da margem no segundo semestre.