O GPA (PCAR3), Grupo Pão de Açúcar, apresentou no segundo trimestre de 2025 EBITDA ajustado de R$ 420 milhões. Isso representa alta de 6% em relação ao mesmo período de 2024. O resultado supera a estimativa de mercado de aproximadamente R$ 764 milhões. A receita líquida avançou 4%, alcançando R$ 4,68 bilhões. Este crescimento reflete a resiliência do formato proximidade e a expansão digital da companhia. Apesar disso, o prejuízo líquido atingiu R$ 216 milhões. Embora represente redução de 35% ano a ano, o resultado ainda se mantém negativo. A margem EBITDA ajustada permaneceu em torno de 9%, o que confirma o controle de despesas operacionais e ganhos em eficiência.
A companhia já inaugurou 213 das 300 lojas previstas no plano de expansão original. No entanto, decidiu descontinuar o guidance para abertura de novas unidades até 2026. Esta decisão ocorre diante de um cenário macroeconômico mais desafiador e da necessidade de otimização no investimento de capital. Em outras palavras, essa medida se insere no contexto de contenção de gastos e busca por maior retorno sobre capex.
O que esses dados revelam para investidores e para a estratégia da GPA?
Embora o resultado operacional tenha evoluído com leve avanço no EBITDA, o prejuízo ainda indica fragilidade na estrutura financeira da companhia. Por um lado, a melhora operacional demonstra que o GPA entrega resiliência e execução. Por outro lado, a empresa segue pressionada pelo elevado custo da dívida e pela lenta recuperação do consumo em seus formatos tradicionais.
A decisão de interromper o guidance de abertura de lojas não altera o plano de inauguração das 300 unidades previstas. Na verdade, apenas adia a data limite para 2026, com o intuito de economizar investimentos e garantir retorno mais eficiente do capital já alocado. Além disso, essa medida reduz o risco de expansão precipitada e permite realocar recursos no digital e formatos mais rentáveis, como proximidade e retail media.
A performance do canal digital, que já ultrapassa 12,6% da receita total e segue crescendo, reforça que o grupo tem capacidade de diversificar o modelo de negócios com menor capital intensivo. Para investidores, o cenário reforça a necessidade de monitorar disciplina de caixa, evolução do e-commerce e próxima evolução do prejuízo. No médio prazo, sem dúvida, o retorno ao lucro operacional e a melhora na alavancagem serão pontos-chave para reavaliação do case.