Balanço

Copasa (CSMG3) fecha 2T25 com lucro abaixo da expectativa e queda na margem operacional

Receita avança, mas resultado financeiro e operacional desacelera no trimestre da estatal mineira

Copasa (CSMG3)
Resultados abaixo das expectativas refletem pressão de custos operacionais, enquanto base de clientes continua crescendo apesar da retração no volume | Crédito: Divulgação

A Copasa (CSMG3) registrou lucro líquido de R$ 289,4 milhões no segundo trimestre de 2025. O valor representa queda de aproximadamente 11% na comparação anual. Além disso, ficou abaixo das expectativas do mercado, que apontavam para cerca de R$ 368 milhões.

A receita líquida com os serviços de água e esgoto alcançou R$ 1,78 bilhão, com crescimento modesto de 2,1% em relação ao mesmo trimestre de 2024. Reajustes tarifários e aumento da base de clientes impulsionaram esse resultado. No entanto, o volume medido de água recuou cerca de 2,2%. Da mesma forma, o esgoto também retraiu, em virtude de temperaturas mais amenas no período.

O EBITDA ajustado caiu 6,1%, para R$ 682,1 milhões. Nesse sentido, a margem operacional recuou de 41,4% para 38%, indicando pressão sobre custos e eficiência operacional. Juntamente com isso, os custos operacionais (Opex) – excluído depreciação – subiram aproximadamente 6,5% a/a, atingindo R$ 1,04 bilhão. Esse aumento reflete maiores despesas com terceiros e manutenção.

E como isso afeta seus investimentos?

Os números do 2T25 mostram cenário misto para a Copasa. Por um lado, a receita cresce e a base de clientes aumenta. Por outro lado, custos elevados e sazonalidade prejudicaram resultados operacionais no curto prazo. A princípio, a previsibilidade do negócio se mantém pela robustez tarifária, mesmo com volumes reduzidos devido às condições climáticas.

A queda na margem EBITDA sinaliza pressão nas despesas operacionais e limitação nos reajustes tarifários. Em consequência disso, pode haver impacto na geração de caixa e dividendos em ambiente de juros altos. Ainda assim, a Copasa preserva seu rating AAA.br e perspectivas estáveis. Sem dúvida, sua estratégia de captação via debêntures garante fôlego para investimentos.

Em síntese, apesar do alerta sobre eficiência operacional, a tese de investimento defensivo em infraestrutura regulada permanece válida. Acima de tudo, investidores devem monitorar sinistralidade, despesas e revisões tarifárias a fim de avaliar a retomada do crescimento em rentabilidade.