Brasil

IBGE: taxa de desemprego atinge mínima histórica de 5,8% em junho

Queda significativa em relação aos 7,0% do primeiro trimestre; tanto ocupação quanto renda alcançam recordes

Taxa de desemprego / IBGE
Desempregado consulta vagas em smartphone; Brasil registra menor taxa de desocupação da série histórica em junho de 2025 | Crédito: Agência Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (31) que a taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no trimestre encerrado em junho. Este índice está abaixo dos 7,0% registrados no trimestre anterior, representando o menor nível desde o início da série histórica em 2012. Além disso, o número de ocupados atingiu 102,3 milhões (alta de 1,8% no trimestre e 2,4% em doze meses). Ao mesmo tempo, a massa salarial somou R$ 351,2 bilhões – ambas marcas históricas.

A redução de 1,2 ponto percentual em comparação ao trimestre encerrado em março refletiu, acima de tudo, o aumento da população ocupada. Em contrapartida, houve queda no número de pessoas desocupadas, que somaram 6,253 milhões no período. Não apenas isso, a taxa de subutilização totaltambém registrou o menor valor da série: 14,4%, com 16,5 milhões de pessoas nessa condição.

Juntamente com esses dados, o número de empregados com carteira assinada alcançou 39 milhões, estabelecendo um recorde histórico e, por conseguinte, refletindo a consolidação de empregos mais estáveis.

Como isso afeta os seus investimentos?

A queda sustentada do desemprego e o crescimento da renda e emprego formal elevam o consumo das famílias. Por causa disso, há potencialização da receita de varejistas, bancos e empresas de serviços — segmentos relevantes para investidores locais. Com mais renda em circulação e, consequentemente, maior confiança do consumidor, ações de empresas voltadas ao consumo interno podem se valorizar.

No entanto, o cenário de pleno emprego e crescimento salarial também pressiona a inflação de serviços. Isso complica a estratégia do Banco Central: apesar da Selic já estar elevada em 15%, a trajetória de juros pode se estender por mais tempo a fim de conter pressões inflacionárias. Em virtude disso, ativos sensíveis ao crédito, como imóveis e empresas endividadas, podem ser impactados negativamente.

Para quem investe em renda fixa, sem dúvida, juros elevados favorecem títulos públicos e alguns segmentos do crédito privado. Por outro lado, os investimentos em ações devem equilibrar o lado positivo do consumo aquecido com o risco de juros mais altos por mais tempo, especialmente em setores que dependem de financiamento.

Em carteira internacional, o cenário também influencia o real: dados fortes do emprego sustentam expectativas de crescimento. Como resultado, há redução do risco país e atração de fluxo externo — o que tende a valorizar o real e, por fim, impactar investimentos atrelados ao câmbio ou commodities.