Os EUA criaram 147 mil empregos em junho, segundo o payroll divulgado na manhã desta quinta-feira (03). Este número superou a expectativa de 110 mil. A taxa de desemprego caiu de 4,2% para 4,1%, queda que contraria as projeções que apontavam alta para 4,3%.
O setor público liderou a criação de empregos e gerou 73 mil novas vagas, principalmente na educação. Por outro lado, o setor privado adicionou apenas 74 mil postos. Este número ficou abaixo da previsão de 100 mil.
Os salários cresceram menos que o esperado, avançando apenas 0,2% no mês, quando se esperava 0,3%. Na comparação anual, contudo, o aumento atingiu 3,7%. Além disso, a jornada semanal média recuou de 34,3 para 34,2 horas, dado que pode indicar uma desaceleração econômica.
O mercado reagiu positivamente aos números. Primeiro, o S&P 500 subiu 0,5%, alcançando novo recorde histórico. Segundo, o Dow Jones avançou 0,26%. Finalmente, o Nasdaq registrou alta de 0,66%. Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos inicialmente subiram, mas logo recuaram, refletindo a interpretação ambígua dos dados.
O relatório impactou as expectativas para a política monetária. As chances de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve em 30 de julho despencaram para 5%, contra 25% anteriormente. Simultaneamente, a expectativa de cortes totais em 2025 diminuiu de 75 para 50 pontos-base.
De acordo com especialistas, a queda na taxa de desemprego pode estar ligada à redução na força de trabalho. Aproximadamente 130 mil pessoas deixaram o mercado. As políticas de imigração mais restritivas também afetam a disponibilidade de mão de obra.
Como os dados do Payroll afetam o Brasil?
O mercado de trabalho americano influencia diretamente economia nacional. A criação de empregos acima do esperado e a queda no desemprego reduzem as chances de cortes nos juros americanos. Consequentemente, isso pode fortalecer o dólar frente ao real. O resultado: impactos no câmbio e na inflação brasileira.
Os juros elevados nos EUA também afetam o fluxo de investimentos. Eles atraem capital para o mercado americano. Como resultado, reduz-se o fluxo para mercados emergentes como o Brasil. Isso pressiona nossa bolsa de valores e dificulta a captação de recursos por empresas brasileiras.