O dólar iniciou esta terça-feira (01) cotado a R$5,4326.
Em resumo, o dólar hoje inicia julho em leve queda, com os mercados operando em ritmo mais lento devido ao feriado nos Estados Unidos nesta semana. Os investidores monitoram sinais de tensão política nos EUA e no Brasil, além de dados econômicos locais.
💵 Cotação do dólar em tempo real
Críticas de Donald Trump à condução do Fed e o impasse entre o governo Lula e o Congresso sobre o IOF geram cautela. No radar também estão a evolução das negociações tarifárias dos EUA e o desempenho da indústria brasileira em junho.
Acompanhe os destaques do dia e entenda como esses fatores podem afetar o câmbio.
Agenda de hoje – terça, 01 de julho de 2025
Exterior
- 04h55 – Alemanha – Taxa de Desemprego (jun)
- 05h00 – Zona do Euro – PMI Industrial (jun)
- 06h00 – Zona do Euro – IPC (jun)
- 10h45 – EUA – PMI Industrial (jun)
- 11h00 – EUA – Ofertas de Emprego JOLTS (mai)
Brasil
- 10h00 – Brasil – PMI Industrial S&P Global (jun)
Desempenho das moedas na sessão anterior
Na última segunda (30), o dólar comercial (compra) fechou com queda de 0,9%, cotado a R$5,4349, após ter começado o dia cotado a R$5,4910.
Bolsas americanas operam em leve baixa antes do feriado
Em primeiro lugar, os índices futuros das bolsas de Nova York abriram a terça-feira em queda moderada. Os investidores ajustam posições antes do feriado de 4 de julho e aguardam novos dados sobre atividade econômica.
Às 8h (horário de Brasília), o Dow Jones recuava 0,11%, o S&P 500 cedia 0,2% e o Nasdaq 100 caía 0,21%. O movimento reflete uma postura mais defensiva diante de incertezas fiscais e dúvidas sobre os próximos passos do Federal Reserve.
Trump pressiona Fed por corte mais agressivo nos juros
Em segundo lugar, Donald Trump voltou a criticar Jerome Powell, presidente do Fed, por considerar a política monetária excessivamente conservadora. Em carta manuscrita, o ex-presidente pediu juros “abaixo de 1%” e comparou a taxa americana às de outros países.
Ele argumenta que os EUA perdem competitividade e que a economia poderia crescer mais com juros mais baixos. O Fed, por sua vez, mantém postura cautelosa diante das incertezas causadas pelas tarifas comerciais impostas por Washington.
Embora as críticas gerem ruído, a inflação ainda controlada reduz a pressão para mudanças imediatas na política de juros.
EUA mudam estratégia e buscam acordos comerciais pontuais
Em terceiro lugar, segundo o Financial Times, os EUA deixaram de lado a promessa de fechar 90 acordos amplos em 90 dias e agora focam em negociações mais limitadas. O objetivo é alcançar acordos básicos com países selecionados antes de 9 de julho, quando expira a trégua tarifária.
Mesmo com essa abordagem mais pragmática, uma tarifa mínima de 10% seria mantida como instrumento de barganha até a formalização dos pactos completos.
A mudança reduz o risco imediato de sanções mais pesadas, mas a possibilidade de novas tarifas em setores estratégicos continua no radar.
Petróleo recua com expectativa de mais oferta da Opep+
Além disso, o preço do petróleo opera em queda, com investidores antecipando um possível aumento da produção pela Opep+ na reunião marcada para 6 de julho. A instabilidade nos preços reflete o equilíbrio entre risco geopolítico e elevação da oferta.
O Brent recuava 0,4%, cotado a US$ 66,47, enquanto o WTI caía 0,5%, a US$ 64,81. Ambos os contratos voltaram a níveis próximos ao início de junho.
De acordo com a Reuters, a Opep+ pode aprovar um novo acréscimo de 411 mil barris por dia em agosto, o que elevaria para quase 1,8 milhão o volume adicional no ano. Apesar disso, o total ainda é inferior ao montante cortado nos últimos dois anos.
Disputa sobre o IOF chega ao STF e amplia tensão política
O governo Lula vai recorrer ao STF contra a decisão do Congresso que anulou os decretos de aumento do IOF. A Advocacia Geral da União deve protocolar a ação nesta terça-feira, com apoio do Ministério da Fazenda.
A derrota no Legislativo foi significativa, com votação expressiva na Câmara e aprovação simbólica no Senado. O episódio elevou a tensão entre o Planalto e o presidente da Câmara, Hugo Motta.
O governo estima que a revogação do novo IOF retire cerca de R$10 bilhões do orçamento de 2025, afetando o cumprimento da meta fiscal.
PMI Industrial nesta terça-feira
O PMI industrial brasileiro de junho será divulgado ainda hoje. Em maio, o indicador ficou em 49,4 pontos, indicando contração da atividade pelo segundo mês seguido.
O dado reflete queda nas encomendas internas e externas, além de demanda enfraquecida, sobretudo da América do Sul e dos Estados Unidos.
Um novo recuo em junho pode reforçar preocupações com a desaceleração econômica e aumentar as apostas em medidas de estímulo fiscal ou monetário, o que teria impacto direto sobre o dólar nos próximos meses.