Nesta sexta-feira (27), por meio da PNAD, o IBGE divulgou que a taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,2% no trimestre móvel encerrado em maio. Isso marca o nível mais baixo desde o início da série histórica em 2012. O resultado representa queda de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (6,8%) e estabilidade frente ao mesmo período de 2024 (6,2%).
Ainda que a desocupação apresente trajetória positiva, a taxa de subutilização — que engloba desempregados, subocupados por insuficiência de horas e potenciais trabalhadores — manteve-se em 15,9%. Indicando que parte significativa da força de trabalho permanece em ocupações precárias ou jornadas reduzidas.
O setor de serviços foi o principal responsável pela geração de vagas, com avanço de 1,1 milhão de ocupados, enquanto a indústria recuou em 250 mil postos. A taxa de participação na força de trabalho atingiu 61,8%, ante 61,5% no trimestre encerrado em fevereiro.
A combinação de queda no desemprego e alta subutilização tende a sustentar o consumo, mas pode limitar ganhos salariais. Exigindo políticas de qualificação para elevar a produtividade. Ainda, ressaltam que a manutenção da informalidade em torno de 40% do total de ocupados eleva a vulnerabilidade de trabalhadores a choques econômicos.
Para o governo, os dados reforçam a urgência de programas de estímulo ao emprego formal e ao aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Qualificações. Especialmente em regiões com mais de 10% de desemprego e alta pobreza. A próxima revisão metodológica, com nova série histórica a ser divulgada em julho, pode trazer ajustes na comparação temporal e nas estratégias de política pública.
Dados da PNAD: o que eles indicam?
O recuo do desemprego para 6,2% sinaliza melhora na absorção da mão de obra, o que pode elevar o orçamento doméstico e dinamizar setores como comércio e serviços. Mais pessoas empregadas significa mais consumo, mas também maior demanda por crédito e serviços essenciais, impactando desde financiamentos até planejamento financeiro familiar.
Por outro lado, a subutilização em 15,9% e a informalidade persistente em cerca de 40% revelam que muitos trabalhadores seguem em ocupações de baixa qualidade ou jornadas reduzidas.