Estados Unidos

Payroll dos EUA: criação de 139 mil vagas indica desaceleração do mercado de trabalho

Mercado de trabalho norte-americano desacelera enquanto inflação continua elevada

Payroll dos EUA
Mercado de trabalho americano mostra crescimento menor que o esperado em maio, com 139 mil novas vagas e taxa de desemprego estável em 4,2% | Crédito: SpaceMoney

O relatório payroll dos EUA divulgado nesta sexta-feira (6) mostra que a economia norte-americana gerou 139 mil vagas em maio. A taxa de desemprego permaneceu em 4,2%, e o salário médio por hora cresceu 0,4%, chegando a US$ 36,24.

Embora tenha superado a expectativa de 125 mil vagas, o resultado ficou abaixo da média anual, que indica uma desaceleração no mercado de trabalho. A taxa de participação recuou para 62,4%, indicando que mais pessoas deixaram de buscar emprego.

Com ganhos médios anuais de 3,9%, crescem as preocupações com pressões inflacionárias. Economistas indicam que esse patamar diminui a probabilidade de o Federal Reserve reduzir juros neste semestre.

Os setores de saúde, lazer e hospitalidade e assistência social lideraram as contratações em maio, contrabalançando a redução de 22 mil vagas federais. Os setores de manufatura e construção apresentaram crescimento moderado, reflexo das incertezas sobre tarifas comerciais.

Além disso, a revisão dos dados de março e abril revelou 95 mil vagas a menos, mostrando um mercado de trabalho menos aquecido que o previsto. Essa correção pode afetar tanto as expectativas dos investidores quanto as decisões do Federal Reserve nos próximos meses.

Como os dados dopayroll dos EUA afeta o Brasil

O resultado influencia o câmbio, já que a desaceleração diminui a probabilidade de redução dos juros nos EUA, mantendo o dólar forte em relação ao real. Consequentemente, as importações ficam mais caras e a inflação aumenta no Brasil, prejudicando o consumidor.

Por fim, a redução na demanda por commodities pode derrubar os preços do minério de ferro e da soja, impactando a balança comercial brasileira. Em resposta, o Banco Central do Brasil pode precisar manter a Selic alta para estabilizar o câmbio e controlar a inflação, o que encarece o crédito no país.