
O dólar hoje deve operar sem direção clara, uma vez que reflete um cenário de divergência entre os principais indicadores econômicos globais.
📈 Cotação do dólar em tempo real
No que diz respeito aos EUA, o relatório ADP trouxe números fracos de emprego, em contraste com PMIs mais firmes. Além disso, Trump voltou a criticar o Fed.
Em relação ao Brasil, a agenda inclui balança comercial, setor automotivo e expectativa por medidas fiscais, ao mesmo tempo em que o minério de ferro recua.
Na Europa, por sua vez, a expectativa gira em torno do corte de juros pelo BCE, em virtude de sinais claros de desaceleração da inflação e da atividade.
Em suma, confira os destaques do dia e entenda como tudo isso pode mexer com o câmbio.
Dólar hoje
O dólar comercial abriu esta quinta-feira (05) cotado a R$5,6368.
Nesta quarta-feira (04), o dólar comercial fechou o pregão com relativa estabilidade, valendo R$5,6368, após ter começado o dia cotado a R$5,6389.
Agenda de hoje – quinta, 05 de junho de 2025
Exterior
- 06h00 – Zona do Euro – Índice de preços ao produtor (abr)
- 09h15 – Zona do Euro – Decisão de política monetária
- 09h30 – EUA – Novos pedidos de seguro-desemprego (semanal)
- 09h30 – EUA – Balança comercial (abr)
Brasil
- 08h00 – FGV: Índice de variação de preços de alugueis residenciais (mai)
- 11h00 – Anfavea: Produção de veículos (mai)
- 11h30 – BC: oferta de até 35 mil contratos de swap (R$1,75 bilhões), em rolagem
- 15h00 – Secex: Balança comercial (mai)
Indicadores dos EUA trazem sinais contraditórios e pressionam o dólar
Em primeiro lugar, a criação de apenas 37 mil empregos em maio pelo setor privado dos EUA frustrou as expectativas do mercado.
De acordo com o dado da ADP, isso reforça a leitura de um mercado de trabalho mais fraco, ainda que os PMIs continuem apontando para uma economia aquecida.
Diante da surpresa negativa, Trump atacou o presidente do Fed, chamando-o de “Senhor atrasado demais” em post nas redes sociais.
Por certo, a crítica reflete a frustração com a atuação do banco central diante de uma economia com sinais mistos e efeito incerto das tarifas.
Como resultado, essa ambiguidade traz incerteza sobre a condução dos juros nos EUA e influencia o comportamento do dólar hoje.
Mercado brasileiro acompanha balança comercial e setor automotivo
No que diz respeito ao Brasil, o destaque do dia é a balança comercial de maio, com previsão de superávit em torno de US$8,4 bilhões.
Além disso, o mercado também monitora os dados de produção e venda de veículos, importantes para avaliar a força da atividade interna.
Nesse sentido, o câmbio abriu o dia sem direção definida, diante das incertezas externas e da expectativa por medidas fiscais do governo.
Por outro lado, investidores aguardam a decisão do Banco Central Europeu, que pode mexer com o apetite por risco nos mercados emergentes.
Minério de ferro recua com temores sobre demanda chinesa
Em contrapartida, os contratos futuros do minério de ferro operam em queda nesta quinta-feira, com foco na fraqueza da demanda da China.
Na bolsa de Dalian, o contrato para setembro caiu 0,14%, a 701 iuanes por tonelada métrica.
Já em Cingapura, o contrato de julho recuava 0,5%, sendo negociado a US$94,95 por tonelada, às 7h50 de Brasília.
Como resultado, a desaceleração do setor de aço na China, maior consumidora global, volta a pressionar os preços das commodities metálicas.
Por fim, essa dinâmica pesa sobre o real, por conta da ligação direta entre as exportações brasileiras e o mercado de minério.
BCE deve cortar juros hoje após deflação na Zona do Euro
Em primeiro lugar, a Zona do Euro registrou deflação de 2,2% nos preços ao produtor em abril, bem abaixo da expectativa de queda de 1,8%.
Como resultado, a taxa anual acumulada ficou em apenas 0,7%, reforçando o quadro de enfraquecimento da inflação na região.
Nesse sentido, o dado chega às vésperas da decisão do BCE, que deve cortar os juros para estimular uma economia estagnada.
No entanto, embora alguns dirigentes tenham sinalizado que este pode ser o último corte do ciclo, o cenário ainda é incerto.
Além disso, a valorização recente do euro frente ao dólar também preocupa, pois reduz a competitividade externa da Europa.
Por fim, o BCE pode manter a porta aberta para novos cortes a fim de enfraquecer o euro, dando fôlego ao dólar hoje.