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Com R$ 1,8 bilhão em contratos, Med+ consolida liderança em emergências aeroportuárias

Com cinco mil colaboradores e faturamento de R$ 1,8 bilhão em 2024, empresa se prepara para expansão internacional e planeja abertura de capital em quatro anos

Victor Reis, CEO da Med+
Com mais de 5 mil colaboradores e atuando em 49 aeroportos, a Med+ é a maior empresa de emergências aeroportuárias da América Latina | Crédito: Divulgação

Com cinco mil colaboradores e um faturamento de R$ 1,8 bilhão em 2024, a Med+ é hoje a maior empresa de emergências aeroportuárias da América Latina. Fundada por Victor Reis aos 19 anos, a companhia quase quebrou duas vezes antes de encontrar nos aeroportos o caminho da reinvenção.

Atualmente, além do atendimento médico e resgate de passageiros em situações críticas, como paradas cardiorrespiratórias e colisões com aeronaves, o grupo se prepara para ampliar sua atuação em rodovias, mineração e no mercado europeu. “Nosso crescimento se baseia em uma atuação estratégica e preventiva, que entrega economia e eficiência para os clientes. Oferecemos um serviço essencial com estrutura 24h nos terminais, frota própria com 150 ambulâncias e profissionais especializados”, afirma o CEO.

Caminho percorrido

A virada começou em 2014, após a crise da Lava-Jato, que impactou as construtoras, principais clientes da empresa na época. A Med+ passou a operar serviços de emergência médica no Aeroporto de Brasília, com preços mais competitivos, e rapidamente expandiu para outros seis terminais. Durante a pandemia, a empresa assumiu também as operações de resgate, incluindo combate a incêndios e salvamento em acidentes aéreos. Um exemplo recente foi a colisão entre uma aeronave da Gol e uma viatura no Aeroporto do Galeão, em fevereiro de 2025, que exigiu evacuação imediata da aeronave. “Dois colaboradores ficaram feridos, mas conseguimos atuar com agilidade e evitar algo pior”, lembra Victor.

EM segundo lugar, com presença consolidada em 49 aeroportos, a Med+ diversificou suas operações. Já atua em dez rodovias privatizadas, shoppings, escolas e empresas petrolíferas, e vê grande potencial no setor de mineração, onde a margem operacional pode chegar a 30%. Além disso, para sustentar o crescimento, o grupo deve investir R$ 100 milhões ainda em 2025 em infraestrutura, tecnologia e aquisição de 130 novos veículos. Também negocia a importação de tecnologias da Alemanha e da China, como drones e equipamentos biomédicos, para tornar o atendimento emergencial ainda mais ágil.

Med+ pelo mundo

A internacionalização começou com a criação de uma unidade em Portugal, que permitirá à empresa disputar licitações e atuar com o mesmo modelo adotado no Brasil. A Med+ também avalia a entrada de um fundo como sócio minoritário e planeja abrir capital na Bolsa em até quatro anos. Outro diferencial é a capacitação técnica: a empresa é uma das poucas no Brasil com autorização para formar bombeiros civis de aeródromo. E pretende abrir os cursos para o público a partir do segundo semestre.

Por fim, com sede em Brasília e mudança prevista para São Paulo, a Med+ também se apoia no conceito de “capitalismo consciente”. Mantém 12 projetos sociais e iniciativas como o “Maternidade Não é Demais”, que transporta gestantes do Nordeste até hospitais em áreas com estrutura precária. A liderança feminina também é destaque: 90% dos cargos de gestão são ocupados por mulheres. Movimento iniciado pela irmã do fundador, Bruna Reis, hoje CEO e sócia da empresa. “Empreender é criar impacto real na sociedade. Nosso papel vai além do socorro: queremos transformar as comunidades onde atuamos”, finaliza Victor.