A internacionalização de empresas brasileiras tem se consolidado, ao longo dos últimos anos, como uma estratégia não apenas eficaz para a expansão corporativa, mas, sobretudo, como um poderoso vetor de desenvolvimento econômico global. Ao romper barreiras geográficas e integrar-se aos fluxos globais de comércio e inovação, as empresas que cruzam fronteiras tendem a gerar impactos positivos consistentes em seus territórios de origem e principalmente nos novos mercados — com reflexos diretos na geração de empregos, logística, no fortalecimento de cadeias produtivas adjacentes, no avanço tecnológico e no incremento da arrecadação fiscal.
De acordo com dados da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), empresas que adotam estratégias de internacionalização experimentam, em média, um crescimento 22% superior ao das organizações que operam exclusivamente no mercado doméstico. Não obstante, essas companhias destinam cerca de 30% a mais de seus investimentos para inovação e tecnologia, promovendo um efeito multiplicador que eleva o nível de qualificação da mão de obra local e diversifica a matriz econômica regional e internacional.
Benefícios
Entre os benefícios mais tangíveis que a internacionalização proporciona às economias nos locais das novas bases, destacam-se:
- Ampliação da oferta de empregos diretos e indiretos;
- Qualificação e capacitação profissional alinhadas a padrões internacionais;
- Incremento da arrecadação tributária em esferas municipais e estaduais em ambos os países;
- Fortalecimento das cadeias produtivas e do ecossistema de negócios nos novos locais de abertura;
- Maior visibilidade e projeção internacional da cidade ou estado de origem.
Para analisar os impactos dessa dinâmica no cenário brasileiro, conversamos com o Dr. Márcio Noronha, advogado especializado em internacionalização de empresas e negócios, que ressalta a relevância estratégica do tema para o fortalecimento da economia nacional.
“A internacionalização amplia não apenas o potencial de inovação das empresas, mas também sua capacidade de atrair investimentos estrangeiros. Esse movimento cria um verdadeiro ciclo virtuoso, impulsionando a economia na origem e no local de abertura da nova empresa, gerando novos empregos e renda nos dois países, ao estimular a demanda por mão de obra qualificada e local, fomentar o surgimento de novos fornecedores e consolidar a reputação da indústria brasileira nos mercados internacionais e vice e versa”, afirma o Dr. Noronha.
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Cases de sucesso
Entre os casos de destaque no processo de internacionalização de marcas nacionais, temos exemplos notáveis. Empresas como Embraer, Weg, Natura e FARM RIO demonstram como a expansão internacional pode coexistir com o fortalecimento das raízes locais.
A FARM RIO é reconhecida mundialmente por seu estilo autêntico e tropical. A marca conquistou mercados sofisticados como Nova York, Miami, Milão, Dubai e Paris. Este movimento teve à frente o próprio Dr. Noronha, como conselheiro pessoal do Co-fundador Marcello Bastos. Ele foi responsável pela estruturação jurídica e operacional da estratégia global da marca.
O especialista ressalta um ponto importante sobre políticas públicas. Em municípios que fomentam o comércio exterior e incentivam a exportação, há uma melhoria direta nos indicadores socioeconômicos. Isso se reflete no aumento da renda per capita, na elevação dos índices de educação e no aprimoramento da infraestrutura urbana.
Além disso o cenário atual é marcado pela crescente digitalização. Também observamos a simplificação de processos aduaneiros. Com isso, o caminho para a internacionalização nunca esteve tão acessível.
Por fim, é um momento propício para mais empresas brasileiras adotarem essa postura estratégica. Este movimento amplia horizontes corporativos e fortalece a economia em duas frentes: no país de origem e no mercado-alvo. O resultado é um ganho bilateral, que estabelece o crescimento das empresas em um ambiente global de negócios. Este ambiente é capaz de gerar bilhares de dólares em diversos segmentos, tanto de forma direta quanto indireta.
