Por Gabriel Codas
Investing.com – O banco de investimentos UBS revisou nesta quarta-feira a revisão da estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,3% para 0,5%, devido aos avanços da pandemia de coronavírus Covid-19, que devem levar o mundo a uma recessão global.
A revisão veio depois da redução do crescimento do PIB em 0,8 ponto percentual, de 2,1% para 1,3% na semana passada (choque duplo). Desde janeiro, a revisão da estimativa é de 2 pontos.
Para a equipe, a situação está avançando rapidamente em direção ao que foi apontado no pior cenário na última revisão do PIB, na qual discutiam o risco de crescimento abaixo de 1%.
Na opinião da equipe, o primeiro trimestre de 2020 já era fraco em comparação ao quarto trimestre de 2019. Desde o surto de Covid-19, as condições financeiras deterioraram-se acentuadamente. A previsão inicial para o PIB trimestral do Brasil era de 0,15% na base trimestral ou 0,6% anualizado.
Agora, a previsão é de -0,1% ou -0,4% anualizado. No entanto, as interrupções no lado da oferta estão apenas começando. No estado de São Paulo, que representa 32% da economia do país e 22% de sua população, a maioria das escolas e universidades foi fechada, assim como a maioria das atividades culturais, de viagens e de lazer.
Os analistas esperam que a economia seja prejudicada no segundo trimestre, não apenas devido aos efeitos primários das interrupções globais da produção no primeiro trimestre, mas também pelos efeitos atrasados da deterioração das condições financeiras e da crescente interrupção da oferta doméstica.
Na semana passada, a previsão do UBS para o segundo trimestre de 2020 era de -1,3% no trimestre, ou -5% no período. Agora, a projeção era de -4,4% trimestre a trimestre ou -16,5% no ano. Essa estimativa já está acima do que ocorreu no segundo trimestre de 2015, durante os efeitos da “nova matriz econômica” (-8,5% anualizado), ou no quarto trimestre de 2008, no momento da crise financeira global (-14,8%).
O cenário atual aumentará a demanda por mais gastos sociais e flexibilidade do limite de gastos constitucional, juntamente com uma flexibilização monetária adicional. Uma mudança positiva concreta na situação atual segundo semestre 2020 é essencial para o crescimento positivo durante todo o ano. Por enquanto, o banco espera que o trimestre de 2020 tenha crescimento de 4,9% no trimestre (21,2% anualizado), sendo altamente dependente de uma retomada do crescimento nas principais economias globais e de uma redução substancial nas condições financeiras.
Supondo que o crescimento seja retomado no segundo semestre, a previsão de crescimento para 2021 é de 4,9%.