
Na terça-feira (30), a EDP Brasil (ENBR3) anunciou a alienação de 100% do capital de Energest, controladora da hidrelétrica de Mascarenhas, por R$ 1,225 bilhão.
Do montante, R$ 800 milhões serão recebidos no fechamento mais um earn-out de R$ 425 milhões condicionado ao processo de renovação da concessão.
A transação implica um múltiplo de 6,9x LTM EBITDA (4,5x excluído o earn-out) vs. a estimativa de 1,5x EV/EBITDA do Banco Safra para a Energest, que não inclui renovação da concessão.
De acordo com cálculos do Banco Safra, o acréscimo de lucro líquido total da EDP deve chegar a R$ 354 milhões (líquido de impostos).
O fechamento foi previsto para o final do ano de 2022.
A UHE Mascarenhas possui 198MW em capacidade instalada e 137MWa de capacidade comercial, com vencimento do prazo de concessão datada no segundo trimestre de 2025.
Safra mantém classificação outperform, com preço-alvo de R$ 22,60 para ENBR3.
O novo controlador, Victory Hill Global Sustainable Energy
O Opportunities (VH GSEO UK) deve renovar o contrato de concessão da UHE Mascarenhas para para operar a planta além de 2025, mas o momento para a conclusão desse processo não está claro neste momento, segundo o Safra.
O banco enxerga isto como um desinvestimento acretivo da EDP à medida que avaliam a Energest EV em R$ 333 milhões, sem considerar a renovação da concessão.
Para os analistas, a EDP deve alocar o dinheiro arrecadado em seus projetos atuais em andamento, mas também veem espaço para distribuição de dividendos.
Estimam uma potencial distribuição de dividendos proveniente desta operação em R$ 177 milhões (payout de 50% do lucro total estimado), que implicam um DPS de R$ 0,30, rendimento de dividendos de 1,4%.
Caso a empresa decida distribuir 50% de todo o lucro líquido de 2022, projetam um dividend yield total potencial de 8,4%.