Inflação

Inflação de abril reforça continuidade dos cortes de 0,25 p.p. na Selic, segundo economistas

O IPCA do mês avançou 0,38%, segundo a divulgação do IBGE nesta sexta-feira (10)

10 MAI 2024 • POR Mari Galvão • 11h50
- Divulgação

O resultado da inflação medida pelo IPCA desta sexta-feira (10) pode corroborar com cortes de 0,25 p.p. nas próximas decisões do Banco Central (BC) sobre a taxa básica de juros, a Selic.  

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) avançou 0,38% em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10).

O indicador veio 0,22 ponto percentual (p.p.) acima do registrado em março (0,16%) e 0,05 p.p. acima do consenso do mercado financeiro.

No ano, a inflação acumula alta de 1,80% e, nos últimos doze meses, de 3,69%, abaixo dos 3,93% observados nos doze meses imediatamente anteriores. Em abril de 2023, a variação foi de 0,61%.

Na última quarta-feira (08), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu o ritmo de cortes na taxa básica de juros, a Selic, para 0,25 p.p.. Agora, a taxa se encontra em 10,50% ao ano. 

Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, afirmou que, com a mudança no ritmo de cortes devido à mudança no cenário externo, se confirma a continuidade do ciclo de queda nos juros com cortes adicionais de 25 pontos-base, levando a Selic a 9,25% ao final de 2024.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, espera que o Comitê continue a navegar entre a pressão por taxas de juros menores e a necessidade de manter a inflação sob controle, especialmente se novos dados do IBGE adicionarem complexidade ao debate.

Se a inflação não der sinais consistentes de arrefecimento, isso pode justificar expectativas de uma suspensão do afrouxamento da política monetária, com um impacto pesado sobre os preços dos ativos financeiros, segundo Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante Investimentos. Bevilacqua ressalta, ainda, que esse assunto deve ser analisado com mais detalhes na ata do Copom, a ser divulgada na próxima terça-feira (14).

Olhando para a frente, Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, projeta o IPCA de maio em 0,32% e, em junho, 0,16%. "Vamos fazer alguns ajustes pontuais, no entanto, vale lembrar que a inflação de curto prazo poderá se mostrar muito volátil tendo em vista a difícil mensuração dos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul. Esperamos que o IPCA deste ano e de 2025 encerre em 3,80%", pontua.
 

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