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Vale (VALE3) deve ter queda de 8% no lucro do 1T, mas preocupações do mercado são outras

EQI Research sugere que os investidores fiquem longe das ações VALE3, ao elencar 5 desafios para a mineradora neste ano

24 ABR 2024 • POR José Chacon • 10h45
Divulgação

A Vale (VALE3) divulga seus números financeiros referentes ao primeiro trimestre de 2024 nesta quarta-feira (24), após o fechamento de mercado.

A expectativa do mercado é que a mineradora apresente um EBITDA (lucro antes juros) ajustado de US$ 3,36 bilhões. "Se confirmadas as projeções, será uma variação negativa de 8,0% vs o 1T23", avalia Luis Fernando Moran, analista da EQI Research.

No entanto, para Moran, o balanço financeiro da Vale não deve influenciar tanto os investidores, ele identifica outros fatores preocupantes para a ação. Sendo eles:

1 - tendência de lucros declinante, haja vista que não há crescimento
de volumes e o preço de minério deve continuar a oscilar ao sabor das
notícias que vem da China.

Para 2024, o consenso prevê que o EBITDA da Vale vai atingir US$ 17 bilhões.

"Cremos que há espaço para revisões para baixo à medida que o ano avança. Na verdade, as revisões para baixo já começaram faz dois meses", diz o analista.

 

2 - Dividendos decrescentes, reflexo da menor capacidade de gerar
fluxo de caixa, "atualmente estimamos o dividend yield de Vale em 5,5% (sendo que boa parte dessa remuneração será embolsada apenas em março de 2025)".

Há ações de dividendos muito mais interessantes à disposição, avalia Moran.

 

3 - Total e inequívoca dependência de um produto e um país: aço e
China.

A produção siderúrgica chinesa este ano recua 1,9% a/a (sendo que em março a queda foi de 7,8%).

"Continuamos a ser extremamente céticos quanto à capacidade do país reviver dias gloriosos em seus mercados de construção civil e infraestrutura, simplesmente pelo fato de que a necessidade de expansão dos últimos quarenta anos esgotou-se (quantos aeroportos, estradas, viadutos e prédios de apartamentos são necessários?) e talvez tenha deixado um rastro de endividamento difícil de digerir", comenta.

 

4 - A empresa atualmente está estrategicamente perdida entre o
dilema estratégico: virar uma cash cow (empresa estabilizada, fonte de caixa para os acionistas via dividendos) ou retomar projetos ambiciosos de crescimento e/ou aquisições em metais da moda (o eufemismo usado é “transição energética”).


5 - "Até o fim deste ano teremos um novo CEO, que, esperamos, virá com
ideias estratégicas ambiciosas, provavelmente envolvendo um novo
ciclo de investimentos. Tais ideias não serão necessariamente
destruidoras de valor no longo prazo. Porém, certamente vão exigir
investimentos vultosos que ceifarão uma parte significativa da
capacidade da empresa de pagar dividendos no futuro", avalia Moran.

"Cabe lembrar que o histórico da Vale em entregar novos projetos de
expansão no prazo e no orçamento prometido é ruim. O histórico de retorno em aquisições fora do negócio de minério de ferro também é ruim (Inco, fertilizantes, navios próprios, carvão na África, aço)", continua o analista.

 

Diante disso, a EQI Research sugere que os investidores fiquem longe das ações VALE3.

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